A cabeçada que mudou o clássico
O golo de Marcano mudou o desfecho do jogo de Vizela e a perspetiva de dragões e leões para o clássico entre eles, no sábado. As duas equipas têm, porém, razões para trabalharem motivadas ao longo da semana.
Até perto do final do jogo em Vizela, isto é, até ao golo de Marcano, adivinhava-se que os céus sobre a semana de trabalho de FC Porto e Sporting iriam ter tons bem diferentes - naturalmente, mais límpidos em Alcochete e carregados no Olival. Depois, uma cabeçada certeira mudou não só o desfecho da partida como os ocupantes da primeira carruagem do campeonato.
E, não menos importante, a forma moralizada como as duas equipas que se defrontarão no sábado poderão encarar os dias até ao clássico.
Ainda que por vias diferentes, ambas levaram desta jornada razões para trabalharem de forma alegre e convictas do sucesso na próxima ronda. Os leões "atropelaram" o Rio Ave, cancelaram o debate sobre os espaços defensivos concedidos e viram o tridente atacante divertir-se e ser bastante produtivo; já os dragões, que tiveram de lançar todos os trunfos para o complicadíssimo tabuleiro de Vizela, ficaram com a certeza de que o esforço acaba por ser recompensado.
Isto depois de Sérgio Conceição ter apostado na mesma equipa da primeira jornada e ter operado várias revoluções no onze até ao suado triunfo.
Ganhar jogadores é, então, uma meta à qual se pode chegar por diferentes estradas, mas a frieza dos números não se compadece com divagações mais ou menos filosóficas. Ontem, a necessidade de ganhar passou a pesar muito mais no prato da balança dos sportinguistas, pois o jogo do Dragão não será só contra os portistas: também o Benfica, com um calendário inicial mais fácil e ainda uma folga a meio do playoff da Champions, poderá, depois, rentabilizar o que sair do clássico.