Vlachodimos, uma odisseia pela frente
JOGO FINAL - O Benfica vai ficar pelo menos quatro meses nas mãos do guarda-redes a quem foi dizendo que não serve
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Vlachodimos é um bom guarda-redes, mas o Benfica tem a legítima ambição de querer na baliza um guardião de qualidade extra. Por isso foi ao mercado com estrondo. Apontou ao Barcelona (Cillessen não terá passado de abordagem) e ao Real Madrid (Keylor Navas foi interesse efetivo) e acabou a contratar na Juventus, mas cometeu um erro que ontem teve ampliação inesperada.
Ao contratar Perin, nome que por si só valida qualidade, anunciou a Vlachodimos que estava fora de combate. Não se paga 15 milhões por um guarda-redes da Juventus para ser suplente. Mas o Benfica sabia que pelo menos antes de setembro não poderia utilizá-lo, como tal não estava em condições de permitir ao titular da época passada procurar outro caminho.
Ficava sabendo ter o lugar a prazo. E curto. Ontem soube-se que, afinal, se continuar na bitola da época passada, suficiente-mais mas sem satisfação plena, deverá aguentar-se nas redes até ao final do ano, quem sabe podendo sair em janeiro se Perin já tiver dado provas.
O curioso desta história é que Vlachodimos já há um ano estava destinado ao banco. Svilar era uma espécie de messias das balizas e o alemão depois provaria ou não se tinha valido a aposta num negócio de ocasião e custo zero. A meio do estágio nos Estados Unidos, já ninguém duvidava de que, afinal, seria o tipo do nome esquisito o titular.
E chamar-lhe alemão não foi engano. Apesar das raízes gregas e da recente naturalização, Vlachodimos nasceu em Estugarda, cresceu por lá e foi internacional sub-17 e sub-19 pela Alemanha. Pode ser que tenha adquirido a frieza e o pragmatismo germânicos e faça de conta de que não foi nada com ele e que as mensagens que lhe foram passando eram "fake news".