Exclusivo E Sérgio Conceição: fica ou não?

E Sérgio Conceição: fica ou não?

VISTO DO SOFÁ - Opinião de Álvaro Magalhães

No FC Porto, está em curso uma onda de renovações com jogadores. Começou em Outubro (Evanilson, Pepê, Zaidu, João Mário) e continua com Uribe e Taremi. Estas renovações, e outras, resultam de indicações de Sérgio Conceição, como disse Pinto da Costa: «O clube quer renovar com todos os jogadores que o treinador acha importantes". Sendo assim, estranha-se que não se fale da renovação do contrato do próprio Sérgio Conceição, que também acaba em 2024. E os adeptos - essas criaturas frágeis, permanentemente em transe -, começam a inquietar-se.

Sérgio Conceição chegou há cinco anos e meio (nesse período, passaram mais de dez treinadores por Benfica e Sporting), ganhou nove títulos, tornou-se no treinador com mais vitórias no clube e fez mais do que era possível fazer na Champions. Graças a ele, o clube atravessou altivamente um período negro da sua existência, de humilhante vigilância financeira. E fez tudo isso «com 30 por cento do plantel da equipa B, outros 40 por cento de equipas médias, Paços de Ferreira, Santa Clara, Famalicão, Rio Ave... sem poder ir buscar nenhum jogador e só vender para equilibrar», segundo as suas próprias palavras. Por tudo isso, e também por ter restaurado a mística perdida, tomou de assalto o coração dos adeptos e aí montou eterna morada, o que vale muito mais do que a estátua de gesso que puseram no museu. É esse capital afectivo, aliás, que respalda a sua insubmissão, mesmo diante da direcção do clube, quando é preciso.