Exclusivo Agora, que Messi e Ronaldo se apagam, espera-nos um céu sem estrelas
VISTO DO SOFÁ - Opinião de Álvaro Magalhães
Ouve-se cada vez mais por aí o lamento pela falta de jogadores excepcionais, uma espécie que caminha para a extinção. Messi e Ronaldo dividiram Bolas de Ouro ao longo de anos e anos, sem sombra de concorrência. Também estamos sempre a ouvir que vem aí o novo Eusébio, o novo Maradona, e por aí fora, mas parece que já não se faz disso. Guardiola acaba de perguntar: "Quantos novos Messi surgiram no mundo do futebol desde que Messi começou? 10? 15? Falharam sempre". Nem mais. E agora, que Messi e Ronaldo se apagam, espera-nos um céu sem estrelas.
A culpa, já vos digo, é deste futebol excessivamente táctico, fruto de um muito alargado campo de acção dos treinadores, que têm hoje a aura e o prestígio de homens de ciência e foram colocados no centro da cena futebolística. Esse futebol robótico, automatizado à força de treino repetitivo, não favorece nem estimula a criatividade dos jogadores; na verdade, trata de os normalizar, ocupando-os com o cumprimento de um conjunto de acções programadas. Vemos como os adjuntos dos treinadores mostram esse esquema aos suplentes que vão entrar no jogo; e também vemos que eles olham para aquilo com o entusiasmo de um jovem estudante diante do enunciado de um equação.