A sobrevivência dos clubes portugueses passa muito mais por contratações de risco do que por jogadores feitos comprados à Bundesliga. Mas são ambos imprescindíveis.
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O lateral esquerdo Zaidu foi uma boa ideia, executada sem rede, que pode ter custado um campeonato ao FC Porto e talvez uma final da Liga dos Campeões. Haverá mais Zaidus no futuro, e isso é bom.
O FC Porto não se dá mal com as segundas opções. Luis Díaz só está no Dragão porque Bruma fez marcha atrás.
A economia dos clubes portugueses não se alimenta de jogadores feitos comprados à Bundesliga, nem tem condições para viver sem jogar na lotaria. Precisa de confiar no faro. Mas também não pode viver sem equipas confiáveis e o FC Porto demorou demasiado tempo a resolver uma falha bem diagnosticada, ainda que um detalhe - a lesão de Spinazzola, da Roma, e a súbita intervenção de Mourinho - explique o fracasso do plano inicial de contratarem o uruguaio Viña. O FC Porto não se dá mal com as segundas opções. Luis Díaz só está no Dragão porque Bruma fez marcha atrás.
Wendell não promete um grande negócio futuro, ao contrário de Viña, mas traz com ele muitas épocas de Europa que talvez ajudem a contrabalançar ingenuidades que estavam longe de ser exclusivo de Zaidu. Zaidu notou-se porque o último FC Porto quis jogar ainda mais vezes no vermelho, em situações de risco que estavam para lá das competências de um miúdo verdinho mal acabado de sair do Mirandela - e que talvez não encontrem paralelo em nenhum dos outros grandes.
O Famalicão-FC Porto, de domingo passado, pôs a nu até que ponto esse risco se tornou milimétrico: mesmo a ganhar, e uns bons metros dentro do meio-campo adversário, Zaidu não dispunha de margem de tolerância para perder a bola sem ameaçar a equipa. Essa parte não mudará com outro lateral-esquerdo.