<em><strong>PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - </strong></em>A partir de hoje, a única percentagem que interessa é a dos cem por cento. Cem por cento de apoio, cem por cento de união.
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Que sentimento é este que nos une a todos, vitorianos? Que paixão é esta que nos faz percorrer quilómetros atrás de uma equipa, enchendo bancadas por esse país fora e mesmo além fronteiras? Alguns dirão que é o mesmo sentimento que une os adeptos dos outros clubes lusos. Permitam-me discordar.
Sem ponta de bairrismo, afirmo que este é um clube diferente. Diferente de alguns, porque ninguém escolheu ser vitoriano porque este clube nos dava mais garantias de vitórias. Não é um amor interesseiro. O vitoriano sabe que vai dar muito mais ao seu clube do que ele lhe vai dar em conquistas.
Diferente de outros, porque aqui se cultiva, como em nenhum outro ponto do país, a fidelidade à terra que abraçamos de nascença, ou de acolhimento. Uma comunidade que se reconhece nas suas raízes e que transporta para dentro do estádio esse sentimento de pertença.
Sendo isto uma realidade, afastando-nos a originalidade vitoriana dos demais emblemas, é ainda mais verdadeira a clássica afirmação de ser muito mais o que une os vitorianos do que o que os separa.
Por estes dias, discutiu-se tudo no Vitória. A sua relação com a SAD; a sua estrutura nos diversos departamentos; as suas infraestruturas; a sua estratégia de marketing, enfim, discutiu-se com paixão e de uma forma muito intensa, como é nossa característica, o futuro do nosso clube.
Três sócios propuseram-se cumprir o sonho de qualquer um de nós: liderar os destinos do nosso emblema. Esses três homens juntaram a si muitos outros e formaram três equipas de vitorianos dispostos a dar de si em prol de todos nós. A essas equipas juntaram-se centenas e centenas de apoiantes mais ou menos fervorosos, mas todos convictos de que estavam a ajudar o Vitória a escolher os melhores.
A palavra foi dada ao universo vitoriano e este falou: Miguel Pinto Lisboa foi o escolhido para ser o nosso líder, aquele que terá a difícil mas apaixonante missão de segurar no leme e conduzir a nau vitoriana. Ele e a sua equipa têm agora a responsabilidade enorme de serem os nossos porta-vozes. Todos somos poucos para os ajudar.
O António Miguel Cardoso e o Daniel Rodrigues poderão estar desalentados, mas têm de estar de consciência tranquila: fizeram o que tinham a fazer, deram tudo o que tinham. Cumpriram integralmente com o seu dever enquanto vitorianos.
Mas dito isto, é bom que todos, desde os candidatos aos apoiantes passando por todos os sócios e simpatizantes entendam uma coisa: a partir de hoje, já não há mais A, B ou C. A partir de hoje, há só uma letra e essa é a letra V. Aprendamos com os nossos erros coletivos do passado: o Vitória desunido nunca foi mais forte. Um Vitória dividido sempre nos enfraqueceu.
A partir de hoje, a única percentagem que interessa é a dos 100%. 100% de apoio. 100% de união. No dia de hoje, não há vencedores nem vencidos. Se assim for, vencemos todos. Viva o Vitória!