As suspeitas do Ministério Público sobre o envolvimento de funcionários da Porto Comercial no esquema de venda ilegal de bilhetes liderado por Fernando Madureira exige uma “limpeza de balneário”
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Numa longa entrevista a O JOGO, uma semana antes das eleições que acabariam por elegê-lo presidente do FC Porto com mais de 80 por cento dos votos, André Villas-Boas garantiu que seria implacável com quem tivesse lesado o clube. Menos de uma semana depois de ter tomado posse - e enquanto ainda aguarda que se esgotem os prazos estatutários para que possa assumir em pleno o futebol profissional - o líder dos dragões teve uma inesperada “ajuda” do Ministério Público e da operação “Bilhete Dourado” na identificação de quem, como e de que forma tem lesado o FC Porto ao longo dos anos, neste caso concreto, através de um esquema de venda ilegal de bilhetes.
Mais do que a família Madureira, é relevante na investigação do Ministério Público [MP] a identificação de funcionários do FC Porto, desde logo da coordenadora da Loja do Associado e do antigo Oficial de Ligação aos Adeptos que, ainda segundo o MP, atuariam com a cumplicidade e conivência dos mais altos responsáveis da Porto Comercial, empresa do Grupo FC Porto. Suspeitas que levaram às buscas domiciliárias e aos locais de trabalho dos mesmos e que, em conjunto com as restantes diligências, resultaram na apreensão de milhares de bilhetes, elevadas quantias em dinheiro e novos elementos de prova.