A função de marcar, encostar à rede, não parece assustar Samu. Como se o acto final fosse uma machadada igual às outras, sem suspense
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1 - Talvez o jogo mais bem conseguido esta época num momento em que a equipa parece ter apreendido as mudanças, ultrapassado as naturais dúvidas iniciais, estabilizando numa ideia mais forte de si ao encontrar uma referência no centro do ataque. Pode não haver um antes e um depois com Samu mas é evidente que este perfil atacante acrescenta muito ao jogo colectivo do FC Porto.
Não só porque participa no processo defensivo, mas também porque joga de costas para o adversário, recebe e toca. Assim como por se movimentar e ocupar espaço com a volumetria de quem não tem que se antecipar em cada lance por natureza táctica, já que é da sua natureza chegar impositivo para ganhar qualquer lance. Mas, sobretudo, porque é um finalizador que não hesita, mantendo o sangue frio em frente à baliza. A função de marcar, encostar à rede, não o parece assustar. Como se o acto final fosse uma machadada igual às outras, sem suspense. Um matador é assim. Um dos últimos reforços a chegar, parece já um “dragão” à Porto com meses de adaptação nas pernas. Sente-se que pode crescer (e muito) em influência colectiva e complementaridade com os colegas, soltando-os. Porque decisivo já é.