PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - A direção atual adotou no primeiro ano uma política de estabilidade [...]. No segundo, todavia, entendeu implementar uma filosofia diferente [...] e agora?
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A semana foi fértil em acontecimentos, com dois destaques: a ação que deu entrada em Tribunal, pedindo a insolvência da SAD e a saída de Carlos Freitas do cargo de Diretor Geral. Adianto desde já (e acho que não vou surpreender ninguém) que um tem bastante mais "assunto" do que o outro.
O que não terá grande relevância é o pedido de insolvência. Porque ninguém acredita que ela vá ser decretada e porque se adivinha ser esta uma questão em que as partes estão condenadas ao entendimento. Enquanto vitorianos, é minha opinião que este processo não nos deve tirar o sono.
Já no que toca à saída de Carlos Freitas, importa fazer algumas reflexões e colocar outras tantas interrogações. Quando o seu nome apareceu na campanha eleitoral, percebeu-se bem a linha de rumo do presidente Miguel Pinto Lisboa: fazer-se acompanhar de um profissional do ramo, com tarimba feita de anos a trabalhar no negócio do futebol. Independentemente do juízo que cada um pudesse fazer acerca daquela pessoa em concreto, o perfil era, a meu ver, acertadíssimo. Numa matéria tão específica como a da gestão do futebol profissional, contratou-se um profissional do ramo.
Volvida uma época e meia, Carlos Freitas sai. Lê-se que o faz por motivos de saúde, mas ouve-se que a sua partida já estaria decidida para o final da temporada. Respeitando na íntegra a razão invocada para a saída, o que é relevante é perceber-se que o destino de Carlos Freitas já estava traçado.
E é aqui que reside o busílis, importando perceber as razões por trás da decisão, designadamente se a saída implica ou não uma mudança de rumo na política desportiva. Indo direto ao assunto: a direção atual adotou no primeiro ano uma política de estabilidade, trabalhando em cima do que tinham herdado. No segundo, todavia, entendeu implementar uma filosofia diferente, que ficou batizada como dos "jovens potros".
E agora? Essa política é para manter, ou não? O perfil do nome a anunciar para ocupar o lugar que agora vagou vai ajudar-nos a responder a essas perguntas.
2 Condição para se ganhar é a equipa sentir que isso é possível e querer muito que tal aconteça. A verdade é que, pela forma como nos apresentámos e entrámos no jogo, não se sentia que houvesse essa crença e vontade de aço. É verdade que, lá pelo meio, tivemos duas excelentes oportunidades que tudo poderiam ter mudado, mas o certo é que, fora isso, mostramos muito pouco.
A segunda parte foi a demonstração de que, com mais ambição e convicção, o Vitória poderia ter ganho. A partida ficou equilibrada e mesmo sem ter criado muitos lances perigosos, estivemos melhores do que o adversário.
Uma nota final para a estreia a titular do miúdo André Amaro. A prova de que o scouting tem mesmo que começar dentro de portas. Às vezes, na ânsia de olhar para longe, não vemos o que temos mesmo à nossa frente.