VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes
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Que regresso. Um início de época, destes como o de ontem, introduz a ideia de que esta temporada pode ser lançada em bases competitivas dificilmente adivinháveis. Sim, o Sporting parece partir à frente por ser campeão e manter o mesmo treinador, a mesma estrutura e... Gyokeres. A arrancada do sueco para o segundo golo leonino diz muito sobre a dependência leonina do avançado, tanto quanto o seu apagamento a partir da segunda parte. Como a final da Supertaça demonstra claramente, qualquer equipa que se sinta superior ao seu adversário, confortável e instalada no jogo, corre o risco de ser surpreendida ao perceber que não é tão superior assim. O campeonato que se segue não é para quem se julgue senhor de si. Esta foi a nossa primeira vez contra o Sporting na final da Supertaça. Mais do que nunca, esta época pode mesmo pertencer a quem queira, acredite e lute por melhor destino.
A entrada em jogo do FC Porto, destemida e impositiva, dizia bem sobre a vontade colectiva em conquistar a Supertaça pela vigésima quarta vez. À semelhança do ano transacto frente ao Benfica, os primeiros minutos indicavam o caminho que apontava ao resultado. Sem Pepê, Evanilson e Francisco Conceição, foi com miúdos e algum músculo que o FC Porto abordou o jogo. A juventude e ausência de “cola” entre as opções iniciais de Vítor Bruno, porém, desatou a gritar mais alto, até pelo facto de não ter contado (premiando quem fez a pré-epoca) com a maior parte dos mais recentes internacionais azuis e brancos. Subitamente, o que parecia atitude cavou um fosso quase inultrapassável, não fossemos todos dragões de fé. Um golo de Galeno na primeira parte, aproveitando um erro clamoroso de Debast, recolocou a esperança em jogo e terá sido o momento fundador da remontada, sem a qual só com milagres. Assim, “apenas” temos que remontar à década de 30.