Uma seleção que sabe jogar sem Ronaldo

1- A Seleção Nacional teve uma semana bastante positiva: primeiro foi o particular com a Espanha, de que já falei aqui na semana passada, seguiu-se o jogo em França, antes da Suécia. Um jogo entre o campeão europeu e o campeão do mundo devia, à partida ser um sinónimo de um grande espectáculo. Pode não ter sido em termos de beleza, mas foi de uma riqueza táctica muito grande, e a maior responsabilidade vai para a seleção portuguesa, que fez um dos jogos mais conseguidos de que me lembro.

Citação citacao esta seleção já demonstrou ser capaz de jogar bem também sem Ronaldo, o que nos deve deixar muito descansados em relação futuro. E surgiu aqui um nome que surpreendeu: Diogo Jota. Mais um nome a juntar aos de Bernardo, João Félix, André Silva, Gonçalo Guedes, embora em relação a Félix ainda não se saiba muito bem em que posição ele renderá mais

Tacticamente foi impecável. Portugal foi capaz de, ao longo de 90 minutos, manter uma concentração defensiva muito acima do normal, sem nunca deixar de criar perigo sempre que teve essa possibilidade, embora o jogo tenha sido muito fechado e, por isso, de parte a parte, não ter havido grandes ocasiões de golo. O eixo central da seleção - os centrais Pepe e Ruben Dias e os centrocampistas Danilo e William Carvalho - teve um comportamento muito acima da média. Se a Ruben Dias teremos de reconhecer a evolução que faz dele já um grande jogador, a Pepe teremos de tecer ainda maiores elogios porque revelou uma enorme classe, teve uma exibição que tenho de classificar com dez valores. E depois Portugal teve a capacidade de criar o tal perigo no ataque, sempre que teve bola para isso. E não é fácil consegui-lo quando uma equipa se entrega a uma grande concentração defensiva - normalmente perde para as acções de ataque. Há que dizer que o trio de avançados - Cristiano, João Félix e Bernardo, e mais tarde Diogo Jota, pela sua mobilidade e qualidade, foram mais uma evidência de que Portugal está a evoluir de uma forma segura que dá gosto ver.

2 - E depois veio o jogo com a Suécia que, à partida, nos trouxe uma interrogação: como iria a equipa reagir sem Cristiano Ronaldo, entretanto infectado pela covid 19? A resposta foi aquela que, sinceramente, eu já esperava, porque esta seleção já demonstrou ser capaz de jogar bem também sem Ronaldo, o que nos deve deixar muito descansados em relação futuro. E surgiu aqui um nome que surpreendeu: Diogo Jota. Mais um nome a juntar aos de Bernardo, João Félix, André Silva, Gonçalo Guedes, embora em relação a Félix ainda não se saiba muito bem em que posição ele renderá mais, nem na seleção nem no Atlético, mas é um jovem com 20 anos e tem muito tempo para descobrir o seu melhor espaço. Há um outro nome a ter em conta - Trincão. Se Koeman continuar a apostar nele, a seleção poderá ganhar mais um grande valor.

Ainda assim, Portugal teve mais problemas com a Suécia do que com a França. Porquê? Ou por uma questão mental - o resultado e a exibição com a França podem ter levado a pensar que seria fácil..., ou fadiga, e vou mais por esta segunda hipótese, ou o jogo tipicamente nórdico dos suecos que lhes dá maior liberdade táctica. Apesar disso, Portugal foi capaz de criar lances, para além de eficientes, esteticamente bem conseguidos. E quando foi preciso, e desta vez foi..., esteve lá Rui Patrício, a demonstrar mais uma vez toda a sua classe.O próximo jogo da Liga das Nações será com a França e não há lugar ao erro, mas o que mais importa é preparar esta seleção para fazer um grande Europeu e um grande Mundial. Há condições para isso.

3 - E agora um nota para lá do futebol. Aprendi a gostar de ciclismo com Joaquim Agostinho, seguia as provas como um relato de futebol, vibrei com as etapas dele na Volta à França. E agora, tantos depois, um jovem de 22 anos, João Almeida, está fazer história no Giro. É um orgulho para Portugal e sigo com o mesmo entusiasmo como no tempo de Agostinho. Temos homem!