Convite do presidente do FC Porto está nas mãos de Casillas. Tal como o seu próprio futuro. O que pode valer ao espanhol a entrada numa outra carreira pela porta que agora se abre?
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O primeiro dia do resto da vida profissional de Iker Casillas pode acontecer no FC Porto. Conforme noticia hoje O JOGO, a confirmar-se que o espanhol anunciará em breve o seu final de carreira como guarda-redes, tem em mãos um convite que lhe pode abrir um futuro com tanto de técnico como de gestão político-desportiva.
O seu prestígio internacional e o seu carisma pessoal, que é transversal a toda a Espanha, perfilam-no para voos de grandeza muito idêntica à que desempenhou nos relvados.
O FC Porto estará a oferecer-lhe condições para isso, para esses dois caminhos que até podem ser feitos em conjunto, abrindo-lhe as portas da sua estrutura técnica, setor vital para o futuro da equipa em termos competitivos, mas desde sempre uma tremenda escola de dirigentes e administradores especializados nos negócios da indústria do futebol.
Pinto da Costa tem um plano sustentado para integrar Casillas na estrutura. Por outro lado, a Casillas importará saber o que pretende a estrutura, pois os objetivos deverão ser mais importantes do que a função que irá desempenhar. E desta necessária simbiose entre os interesses dos portistas e do antigo internacional espanhol poderá nascer - caso Iker aceite o convite - uma estratégia mais ousada e arrojada de intervenção no mercado, por parte dos dragões.
A confirmar-se o fim da carreira de guarda-redes - sublinho, falta o anúncio oficial do jogador -, poderemos estar na antecâmara de uma certa ironia lógica. E será uma antecâmara porque só pela dimensão a adquirir por Casillas nessa outra carreira se poderá ter certezas sobre um futuro que, no país vizinho, já há muito é alvo de palpites à boca cheia: a presidência do Real Madrid, conforme ele próprio assumiu em janeiro de 2008 (em declarações que pode ler neste link). Mas não é descartável, também, um futuro como dirigente ou mesmo na liderança de La Liga ou da Real Federação Espanhola.
Resta esperar pela vontade do jogador, pelo evoluir do seu estado de saúde, pela sensibilidade da sua família e por um número significativo de outras ponderações, nomeadamente o Real Madrid.
Se isso acontecer num futuro mais ou menos próximo, poderá sempre dizer-se que Casillas, o dirigente, deu os seus primeiros passos em Portugal, no FC Porto, antes de ser uma das imagens de liderança das estruturas do futebol espanhol. Por outro lado, trabalhar diretamente na parte desportiva dos dragões também lhe garante experiência técnica, caso pretenda encarreirar como treinador. Se eu fosse de apostas, não arriscava muito aqui.
Falar sobre o futuro seja de quem for é - nunca se deve esquecê-lo - um ato especulativo. Mas juntemos alguns dados. O seu prestígio internacional e o seu carisma pessoal e desportivo, que é transversal a toda a Espanha, inclusive junto dos maiores rivais, perfilam-no para voos de grandeza muito idêntica à que desempenhou nos relvados. Pinto da Costa sabe-o.
Não são conhecidos detalhes ao convite do presidente do FC Porto. Mas admite-se que o presidente portista não reservaria para uma estrela da grandeza de Casillas um papel menor ou assim-assim na estrutura. A melhor forma de aproveitar o seu prestígio internacional seria transformá-lo num embaixador de negócios, num diplomata-referência capaz de convencer jogadores quando as negociações se encontram emperradas ou até na fase de "enamoramento" entre o staff técnico (incluindo scouting) e o provável alvo. Isto é, tudo bem antes da mesa das negociações.
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Se for esse o plano, o papel político de Casillas poderá ser fundamental no FC Porto. E permite a Casillas estar bem por dentro dos meandros da indústria, em relação direta com a competição. Resta esperar pela vontade do jogador, pelo evoluir do seu estado de saúde, pela sensibilidade da sua família e por um número significativo de outras ponderações, entre as quais uma eventual reestruturação no Real Madrid, o seu primeiro grande amor no futebol.