João Félix não só escapou ao Benfica como entrou na narrativa eleitoral do clube. Rui Costa tentou recuperar a ideia de um velho ídolo. Os resultados da equipa até às eleições ajudarão a entender as consequências deste episódio de pré-época
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Ao deixar-se convencer por Cristiano Ronaldo e Jorge Jesus, João Félix fechou a porta do Benfica, mas garantiu um lugar na primeira fila da pré-época e da campanha eleitoral do mesmo clube. A opção pela Arábia Saudita, aos 25 anos, pode parecer um erro, até que deixa de parecer se for analisada pelo facto de o contrato com o Al Nassr terminar quando o português tiver apenas 27 anos.
Rui Costa terá as suas razões para lamentar o processo que desviou Félix, mas o presidente encarnado saberá – deverá saber – que há limites financeiros que um clube português não deve ultrapassar. E, para bater um clube árabe, só ultrapassando limites.
Se, por um lado, não se deve desvalorizar um eventual efeito negativo que o dossiê Félix pode ter sobre o candidato Rui Costa, a realidade diz-nos que o presidente Rui Costa procurou de todas as formas contratar uma “ideia” de João Félix. Aquela ideia de um passado glorioso que, até ontem, dominava os adeptos encarnados: a de um João Félix tão impactante em 2018/19 que foi transferido no final dessa época por 120 milhões de euros. A realidade dos factos diz-nos que não seria o mesmo a regressar, nem tão-pouco é esse o que cedeu ao charme de Jesus e Ronaldo, aos petrodólares e a um contrato que o pode tornar dono e senhor do seu destino com apenas 27 anos.
O João Félix de 2025 é ainda o de uma promessa. Que prometeu sempre cumprir em Madrid, Barcelona, Londres e Milão. Na Arábia Saudita, pode ter a oportunidade de melhorar os números e, com isso, aspirar a mais tempo de utilização na Seleção Nacional. Onde está, mas quase sempre no banco...