As convocatórias são todas iguais: nunca agradam a toda a gente. De resto, tentar agradar a toda a gente deve ser a última preocupação de quem tem de decidir
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A 13 de março, nas vésperas do jogo com a Atalanta em Itália, ignorando aquela máxima que avisa para se ter cuidado com o que se deseja, Rúben Amorim confessou que preferia que os jogadores do Sporting “não fossem convocados para as seleções”. Os leões entravam numa fase decisiva da temporada e Amorim lembrava que havia “montanhas para escalar” a caminho dos objetivos da equipa. Nessa partida da Liga Europa, Pote lesionou-se com gravidade no momento em que marcou o golo do Sporting e saiu em lágrimas, percebendo logo ali que tinha perdido o comboio do Europeu ao falhar o último estágio.
Dias depois, Trincão, convocado por Roberto Martínez, seria dispensado, também por lesão. O futebol escreve direito por linhas tortas: Amorim não queria jogadores nas seleções e acabou por ver o seu desejo concedido, ainda que de forma enviesada. Tanto Pote como Trincão acabariam por ser decisivos para a conquista do título, celebrado efusivamente ao longo das últimas semanas pela nação sportinguista. Tanto um como o outro ficaram de fora das opções de Roberto Martínez para o Europeu, provocando as críticas dos leões.