Os 680 mil euros que o FC Porto, ainda liderado por Pinto da Costa, pagou como sinal pelos terrenos da imaginária Academia da Maia representam a ação de campanha mais cara da história da democracia portuguesa
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A Câmara da Maia já esclareceu que vai ficar com os 680 mil euros com que o FC Porto, na altura liderado por Pinto da Costa, sinalizou os terrenos onde, supostamente, seria instalada a ambiciosa Academia do FC Porto. A esta distância, e considerando o desfecho do projeto, parece seguro afirmar que se tratou da ação de campanha mais cara da história da democracia portuguesa. Sim, a renovação de Sérgio Conceição a dois dias da eleição para a presidência do FC Porto teria saído ainda mais dispendiosa se o clube fosse forçado a cumprir o contrato mirabolante que foi assinado pelo anterior presidente, mas o treinador teve o bom senso que faltou a Pinto da Costa e saiu pelo próprio pé, sem custos para o clube.
Se quisermos ser benevolentes com a anterior administração do FC Porto, sempre podemos dizer que pelo menos teve a sensatez - a palavra é aplicada aqui com considerável liberdade poética - de usar um cheque sem cobertura para pagar o reforço do sinal, no valor de 510 mil euros. É verdade que cometeu um crime, punível com pena de prisão de 3 a 5 anos, mas pelo menos não enterrou mais meio milhão de euros num projeto que, em boa verdade, nunca teve pernas - leia-se viabilidade financeira - para andar.