Com o apuramento no bolso, Martínez pode preparar em paz e sossego as grandes batalhas, que acontecerão na fase final do Euro"2024, quando nos cruzarmos com seleções do nível da portuguesa.
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O adversário era débil, mas nem isso tira ponta de brilho à vitória da Seleção Nacional sobre o Luxemburgo, porque o resultado dá direito a entrada direta na história das Quinas como a vitória mais volumosa de sempre.
Nem nos idos do W-M, quando o objetivo do futebol passava muito mais por marcar do que por não sofrer, Portugal conseguiu festejar nove golos num só jogo. A missão de Roberto Martínez, cujo nome fica, desde já, gravado no álbum dourado das seleções, é, no entanto, bem mais importante.
A qualidade dos jogadores portugueses não garante resultados destes todos os dias, nem é isso que os adeptos da Seleção exigem. Portugal precisa de ter uma estratégia e um estilo de jogo adequado e a produzir resultados em linha com a qualidade dos intérpretes que possui. Sem exagero, são dos melhores que o planeta do futebol conhece.
Com o apuramento no bolso, consequência de um percurso imaculado na fase de qualificação, o sucessor de Fernando Santos pode cimentar o processo em paz e sossego, porque as grandes batalhas estão reservadas para a fase final do Euro"2024, quando nos cruzarmos com outras potências.
Martínez argumentou que a noite "foi perfeita porque os jogadores tiveram a mesma atitude do primeiro ao último minuto". Concordo, mas não só: talvez a goleada também resulte de Portugal ter atacado e defendido com onze, o que não acontece quando Ronaldo está em campo. O maior futebolista da história do país continua a caber nas escolhas. Mas chegou a hora de percebermos que, nesta altura, a Seleção já é mais importante para Ronaldo do que Ronaldo para a Seleção. Nem sempre foi assim, por mérito dele.