Não era só um jogo, era um teste às emoções. FC Porto e Vitória viveram ontem no Dragão uma noite carregada de simbolismo e que ficará para sempre na memória. E foi ainda o reencontro de uma equipa com a sua melhor versão
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Não era só futebol, nem era só um jogo especial. O que esperava ontem aos jogadores do FC Porto — e, em face do ambiente geral, aos do Vitória também — era um desafio às emoções, aquelas que nem um profissional treinado é capaz de explicar como superar. A decisão de adiar o jogo, inicialmente marcado para sábado — dando razão exatamente a Jorge Costa, que em tempos recordou a dificuldade de ter jogado no dia da morte de Rui Filipe —, pode ter secado algumas lágrimas, mas não retirou em absoluto a carga emocional da noite de ontem.
As lágrimas finais de Diogo Costa, usando a braçadeira igual à que o Bicho celebrizou, só reforçam a ideia da enorme tensão que os futebolistas, especialmente os do FC Porto, tiveram de enfrentar. As homenagens de Pepê e de Samu — com o espanhol a fazer questão de escrever na camisola — foram outras marcas de uma noite que será sempre recordada, pelas boas razões que um triste anúncio provocou.
Para os adeptos portistas, foi também uma noite de um futebol que há muito estava arredado do Estádio do Dragão, deixando todos com esperança de que Francesco Farioli seja capaz de devolver os dragões aos mais altos patamares de qualidade — algo a confirmar em breve, numa deslocação onde o FC Porto perdeu na época passada, despedindo Vítor Bruno.
O futebol também é isto, sem nunca deixar de ser a incrível e bela história de Dedé, o avançado a quem pediram para ser guarda-redes e que se tornou o herói do fim de semana em Portugal. O futebol é tudo isto.