O "planeamento" de que fala Sérgio Conceição é simples. Restam-lhe dois jogadores, um deles em formação, para uma função essencial nesta equipa do FC Porto. E um lateral direito.
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A ritmética simples: neste momento, o FC Porto tem dois extremos para jogar 14 jornadas do campeonato, as meias-finais da Taça e o que der a Liga Europa.
Um desses extremos -Francisco Conceição - ainda está em processo de fabrico e o jogador que poderia dar um jeito, João Mário, tornou-se o único lateral direito da equipa.
A questão não é se Pepê pode ou não substituir o colombiano: é quem o substitui a ele. Será difícil, dentro do FC Porto, rebater as críticas do treinador ao "planeamento". Estar forçado a vender Díaz e Corona é uma coisa, chegar ao dia 31 de janeiro sem antecipar o problema decorrente é outra. De certa forma é como se, no último dia de mercado, o FC Porto jogasse em meia dúzia de horas o que resta da época. Convenhamos que não será o método mais prometedor.
O primeiro jogo pós-Díaz, diferente dos anteriores jogos sem ele, perdeu imediatamente uma boa dose de profundidade. Em vez disso, teve aquilo que pode sempre ocorrer quando se junta Vitinha, Fábio Vieira e Otávio no onze. Um ligeiro rendilhado a mais, em prejuízo de um par de situações em que um jogo mais direto seria o aconselhável. Perante a mudança - e não foi só Luis Díaz -, a equipa agarrou-se ao que aqueles jogadores sabem fazer melhor. Era uma noite especial, complicada de várias maneiras, mas essa fórmula é curta para ganhar um campeonato, por muito que os adeptos delirem com quatro passes seguidos. Também aí terá de haver um regresso de Conceição ao estirador, à procura do velocista perdido, ele que sempre teve um Marega ou um Díaz à disposição.