A JOGAR FORA - Um artigo de opinião de Jaime Cancella de Abreu.
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1 A sapatada com que Pepe brindou Boateng foi mais uma prova - mesmo que desnecessária - de três verdades que La Palice assinaria de cruz.
A primeira, é que o VAR em Portugal, ao invés de corrigir erros claros e óbvios do árbitro, torna, por criminosa omissão, ainda mais escandalosos, gravosos e revoltantes esses erros; a segunda, é que existe uma qualquer lei de bastidor que proíbe os árbitros de marcar penáltis contra o FC Porto - única, e repito, única, equipa da Liga que se mantém virgem nesta matéria; a terceira, é que foi atribuído algures a Pepe um estatuto disciplinar à parte - que o diga Rafa, que leva o triplo dos cartões amarelos do capitão portista na Liga!
2 Terça-feira, noite de carnaval, enquanto a TVI passava uma comédia baseada em estafadas insinuações anti Benfica, eu via Darwin marcar um monumental golo ao Real Madrid e, depois, o imenso show de Modric, Benzema e Vinícius, que viraram, como quem come pipocas, o jogo do avesso. Pagava era para ver a TVI investigar, mas, já agora, com provas consistentes e bem sustentadas, outras fífias que deram decisivas vitórias a equipas adversárias - eu arranjo a lista. Já sobre as supostas (mas, à época, legais) "malas com dinheiro", é ver o vídeo que por aí circula com testemunhos dos insuspeitos Fernando Mendes e Jorge Amaral.
3 Paulo Gonçalves entrou em tribunal acusado de 50 crimes e saiu de lá condenado por um, com pena suspensa. Anda a justiça, paga por todos nós, a alocar meios, tempo e dinheiro em investigações e acusações destas quando o futebol está pejado de casos que, esses sim, ao contrário deste, interferem com a verdade desportiva. Quanto à anedótica reação do Sporting: não pegando nas VMOC, no caso Paulo Pereira Cristóvão ou no Cashball, é lembrar o Dr. Varandas que retiraram em Itália 15 pontos à Juventus por jogadas como as que ele protagonizou com aquele que classifica de "corruptor ativo", perguntar-lhe porque se gabou de ter a sua lista pintada de magistrados e, a propósito de verdade desportiva, se já apagou da memória o vergonhoso episódio Palhinha.
4 Depois de uma semana com a campanha de condicionamento aos árbitros a dar o tudo por tudo - se um Benfica fraco incomoda muita gente, um Benfica forte desportiva e financeiramente incomoda muito mais - este não era um jogo para jogar, era um jogo para ganhar. E ganhámos com a sorte que, diz-se, acompanha os campeões. Assim seja. Valeram os três pontos e o foco está já no jogo de sexta feira, na Catedral, com o Famalicão. Carrega Benfica!