SUPERIOR NORTE - Uma opinião de Vítor Santos
Corpo do artigo
Este campeonato bem merece ser disputado até à última jornada. É incrível a forma como ninguém cede. Mas bom, é impossível haver dois campeões, pelo que a única coisa que se pode aferir é que o Sporting, em função da vantagem de jogar em casa com o Vitória, enquanto o Benfica terá de deslocar-se a Braga, está mais bem colocado para festejar. A decisão também passa pelos grandes do Minho, depois do empate de ontem.
Num jogo de importância transcendente, o leão regressou a Alvalade com um dos dois resultados que lhe agradavam. Claro que teria sido mais saboroso comemorar no terreno do rival, sobretudo após ter estado a vencer, mas a realidade é que também não merecia. Depois de tanto se ter falado da postura do Gil Vicente, que o Sporting bateu na ronda passada com dois golos às três tabelas, também a formação verde e branca jogou a segunda parte do dérbi como uma qualquer equipa pequena que visita a Luz, produzindo pouco futebol e usando todas as estratégias possíveis para atrasar as reposições de bola.
Do outro lado, a precisar desesperadamente de vencer, o Benfica deu 45 minutos de avanço ao adversário. Porque Bruno Lage quis. Outra vez, como é costume apesar da luz da estrelita Di María continuar a cegar boa parte dos comentadores, o argentino fartou-se de errar passes, falhou escandalosamente a melhor ocasião do Benfica na etapa inicial e esqueceu-se de defender. Nem a profética lição do PSG(o clube que meteu na enfermaria do Seixal os eternos lesionados Draxler, Bernat e Renato Sanches), que ao desfazer-se do trio Neymar, Messi e Mbappé deixou de defender com oito para marcar presença na final da Liga dos Campeões, parece ilumi-nar os responsáveis benfiquistas.
Schjelderup entrou após o intervalo e fez em meia dúzia de minutos mais do que Di María em meio jogo. A estrela cadente do Benfica está ligada a tantas vitórias no passado como à produção deficiente da equipa nos últimos tempos, sempre que aconteceu. É claro que este outrora prodígio, senhor da uma carreira sensacional, tem pouca culpa. Compete ao treinador decidir e, neste caso, parece-me que o encarnado decidiu mal, tal como o árbitro, ao pactuar com o antijogo leonino.