A Liga prometeu tudo fazer para daqui a duas épocas Portugal voltar às três equipas na Champions, duas diretas, mas a forma como funciona o ranking terá o papel principal
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Na semana passada, a Liga anunciou com a pompa que se exige uma meta para 2028, um plano a dois anos para devolver Portugal ao top-6 do ranking da UEFA. A ideia é de louvar, pois a subida de um mero lugar significa que das seis equipas apuradas para as competições europeias três teriam entrada direta nas fases de grupo das Ligas dos Campeões (duas) e Europa. Seria o regresso a um sítio onde Portugal já foi feliz.
Como em quase tudo, um outro olhar oferece novas perspetivas. É o caso: para efeitos do ranking da UEFA, no final desta temporada, quando se definirão as vagas para 27/28, a pontuação de 21/22 será subtraída ao total; e em 21/22, os Países Baixos, sextos à frente de Portugal, somaram mais 5284 pontos, diferença que desaparecerá e que é pouco inferior à atual entre as duas ligas, 5817. Nos outros anos, a pontuação de ambos os países tem sido equilibrada, bastando que os desempenhos dos clubes portugueses se mantenham ao nível dos últimos três anos - ou seja, que nada mude - para consumar o desiderato da Liga, que mostrou para além de qualquer dúvida razoável ter feito muito bem o trabalho de casa. Isto, não obstante as alterações profundas nos seus corpos sociais, em funções há quatro meses, e até ao nível dos funcionários. Como se toda esta mudança, incluindo a meta para 2028 recentemente anunciada, tivesse acontecido... para que tudo fique na mesma, evocando a célebre e sempre pertinente frase de Tomasi de Lampedusa.