Sporting, FC Porto, Benfica, Cristiano Ronaldo: todos esperam que o superagente faça supernegócios num mercado super nas lonas
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A pandemia pode ter posto os três grandes, como nunca, nas mãos de Jorge Mendes.
O mais provável é que quem estava cheio de entusiasmo à espera do Europeu fossem os vendedores e não os compradores
Todos precisam de vender antes de comprar, e por números que só costumam ser atingidos pelo superagente, mesmo nos já esquecidos tempos das condições sanitárias favoráveis.
Pelo meio, meteu-se o Europeu para complicar, embora nunca se entenda bem porquê. Monchi, reputado diretor desportivo do Sevilha, explicou há pouco o que só os distraídos podem não ter percebido: o campeonato da Europa, como o Mundial, é uma prova curta num momento específico da época que tende a deturpar o retrato que se tira aos jogadores. Uma contratação prepara-se com muitos meses de antecedência.
O mais provável é que quem estava cheio de entusiasmo à espera do Europeu fossem os vendedores e não os compradores, com o detalhe de a pandemia ter misturado os dois. Haverá pouquíssimos compradores em condições de o serem sem venderem primeiro.
Já se concluíra que o problema era sério na última janela de inverno, quando não se verificou a esperada compensação do fraco mercado de verão anterior
Já se concluíra que o problema era sério na última janela de inverno, quando não se verificou a esperada compensação do fraco mercado de verão anterior, mas para Jorge Mendes pode ser mais do que isso. Não só Sporting, FC Porto e Benfica olham para ele como o habitual bilhete de lotaria premiado, como outros clientes lhe exigem proezas recorde, apesar das dificuldades também recorde.
Infiltrar Cristiano Ronaldo, aos 36 anos, num clube que não lhe ofenda a sensibilidade será complicado, ao ponto de, se calhar, se abrir mesmo uma janela para o Sporting. Mas que um atleta dependa dos talentos do seu agente é a ordem natural das coisas. Quando são os clubes, sobretudo quando são todos ao mesmo tempo, quer-me parecer que não.