Juiz de Turno - Um artigo de opinião de Jorge Coroado, com a conquista da Liga das Nações em grande foco.
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Nem pensar!
Portugal conquistou mais um troféu, significativamente o primeiro da novel Liga das Nações. Título que, junto com o alcançado em 2016, na cidade de Paris, diante da França, determina elogios à essência estrutural organizativa do futebol nacional? À excelência da sua competitividade interna? Rigor, transparência, verdade e respeito entre pares? Ou, antes, à competência, qualidade técnica, empenho, querer, dedicação e experiência profissional de um contingente de jogadores que, apesar buscar mais e melhores condições económicas, atrofiado pelo reinante obscurantismo e atavismo pacóvio do dirigismo interno, encontrou além-fronteiras forma e meio de incrementar valia às suas inatas e inquestionáveis apetências? No tocante à competitividade, apesar dos inúmeros valores intrínsecos que pululavam nos relvados nacionais, faziam delícias internas e eram apelidados de gerações de ouro, tempos houve que se dizia faltarem trinta metros às equipas portuguesas quando em confronto com estrangeiras. Encurtou-se aquela distância? Chegou-se a patamar de igualdade? Possivelmente sim! À custa de nível competitivo e organizativo interno? Então como explicar que menos de um terço dos 23 selecionados jogue intramuros? Evoluiu-se na celeridade, equidade e sensatez na disciplina e justiça desportiva? Jamais! Promoverão os árbitros determinação, arreganho e virilidade competitiva? Nem pensar!
Isenta?
Devido a preconceitos existentes, adágio antigo e assertivo diz: "Vale mais sê-lo que parecê-lo". Na arbitragem (o negro do equipamento principal não é capricho), ensinava-se ter cuidado com indumentárias nas chegadas aos estádios. Ora, proferir ou ler prolóquio envergando adereço de indumentária de cor alusiva a uma das partes, não é, garantidamente, atitude mais isenta!
Não são médicos!
Maior saber e domínio das matérias envolventes, melhores serão os desempenhos, menores os prejuízos à atividade e terceiros envolvidos. Os árbitros vão ser dotados de conhecimentos em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa. Elogie-se a iniciativa, porém, não se infunda no coletivo ideia de terem obrigatoriedade de prestação de socorro. Não são médicos!