Vai ser um duelo quente na Luz, ou não mantivesse o técnico português do Fenerbahçe toda a ambição que moldou a carreira de sucesso que soube construir. Mas sejamos francos: o Benfica tem tudo para ser feliz
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O Estádio da Luz veste-se de gala para mais uma noite como tantas outras, mas, desta vez, o desafio volta a ser muito importante para a vida do Benfica, sobretudo em termos financeiros. O apuramento para a Liga dos Campeões vale, de imediato, um encaixe de 18,6 milhões de euros, mas há muito mais dinheiro em jogo. Os encarnados jogam também pelo prestígio e, em época turbulenta de eleições, o atual presidente, Rui Costa, não pode desperdiçar a oportunidade de dar continuidade à carreira da equipa na mais importante prova internacional de clubes, sob pena de esse falhanço se converter numa arma de arremesso contra a atual direção em plena campanha.
O dirigente máximo das águias sabe bem o que os 90 minutos de hoje podem representar para o futuro (dele próprio e do Benfica), pelo que só pode haver um mandamento quando os onze escolhidos por Bruno Lage entrarem em campo: ganhar. Do outro lado está uma equipa com jogadores interessantes, mas cujo principal perigo é o treinador. José Mourinho aplicou todas as suas armas na projeção aos dois desafios desta eliminatória, tentou, inclusivamente, os mind games que já lhe renderam muitos sucessos na carreira e é sempre um opositor temível no banco, atento a todos os detalhes e friamente calculista na análise ao que está a acontecer em campo.
Ninguém espera um Fenerbahçe desenfreadamente ao ataque, e a grande dúvida é mesmo a estratégia que Bruno Lage irá utilizar, num embate entre treinadores setubalenses cujo objetivo claro é seguir em frente na prova. A Luz não espera outra coisa que não seja uma noite de festa.