PLANETA DO FUTEBOL - A análise de Luís Freitas Lobo a Sporting e FC Porto antes do clássico de Alvalade.
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1 - O primeiro clássico da época, tão cedo, é mais objeto de estudo para perceber as ideias (e intenções de jogo para grandes momentos) das equipas para o futuro do que algo objetivo de conclusões sobre o seu real valor. Neste sentido, este Sporting-FC Porto terá vários pontos de atração com possível projeção futura.
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Mais do que eventuais diferenças pontuais que se possam criar (apenas matemática prematura de início de época), tentar detetar o que os dois treinadores, Sérgio Conceição e Rúben Amorim, estão a pensar que as suas equipas poderão fazer daqui a várias jornadas, quando o campeonato já for longo (ou a meio) e ambas as propostas de jogo (e suas alternativas ou capacidade de reação ao desenrolar dos jogos) já tiverem de estar plenamente solidificadas (e não só em projeto de maturação, como é natural nesta fase inicial).
2 - Em relação ao FC Porto, sabemos a forma preferencial de Conceição jogar e as variantes de sistemas (em pleno jogo, com trocas posicionais) que faz. Para além de começar a perceber algo de como irá resolver o lado esquerdo da equipa (como a posição de lateral ficar ou não entregue mais a um defesa como Sarr, ou pensando já em novas variantes táticas em que o onze portista pode, com estes novos reforços, ficar mais rico e vir, por exemplo, a combinar isso com outro tipo de saída ou possível defesa a 3 no jogo, quando a atacar), continuo a ter maior expectativa em perceber como Taremi (em 4x3x3 ou 4x4x2) entrará no ataque do onze (isto é, em que novas dinâmicas ofensivas, pois é um n.º 9 totalmente distinto de todos os que existiam).
O Sporting de Amorim terá uma postura tática semelhante à do seu Braga nestes jogos, quando o 3x4x3 adquiria uma variante de contenção defensiva?
3 - Do lado leonino, tenho mais a expectativa de ver se este Sporting de Amorim, contra os outros grandes, terá uma postura tática semelhante àquela que adotou o seu Braga nestes jogos, ganhando todos quando o 3x4x3 adquiriu uma variante de bloco mais baixo e de contenção (quase num 5x4x1), dentro dum estilo de jogar estrategicamente como "equipa pequena" para defender mais compacta e depois sair para resolver (num contra-ataque ou bola parada). É provável que Amorim siga em Alvalade esta mesma estrada tática (com nuances), até porque a equipa ainda está a crescer e, para o fazer num desfio de maior exigência como este, tem de começar pela consistência defensiva. De outra forma, correrá demais o risco de cair pela base.
4 - Em síntese: até que ponto (e onde) Conceição irá criar novas dinâmicas (princípios de jogo) dentro do modelo de jogo do seu FC Porto. E até que ponto Amorim poderá solidificar um Sporting mais competitivo com os grandes sem querer, para isso, jogar como eles.