O JOGO DO LEÃO - Um artigo de opinião de Manuel Moura dos Santos.
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A época clubística está em suspenso, e a do Sporting também. São duas semanas para trabalhar com o plantel disponível, sobretudo com Iván Fresneda, acelerando a sua integração.
Sportinguistas reagiram mal ao facto do Sr. Roberto Martínez não ter chamado Paulinho, Pedro Gonçalves e Nuno Santos, para os próximos jogos da seleção nacional de futebol.
O selecionador nacional tem o direito de fazer as suas escolhas, sejam elas qual forem.
No futebol, como aliás em tudo na vida, a dificuldade, muitas vezes, não é escolher, mas sim viver com as escolhas que se fazem. A avaliar pela prestação medíocre da nossa seleção no jogo com a Eslováquia, este selecionador terá dias muito difíceis com as escolhas que fez e fará.
Esta equipa tem que jogar muitíssimo mais do que jogou. Recheada de belíssimos jogadores, é incompreensível a mediocridade evidenciada. A jogar desta forma nos seus respectivos clubes, teriam uma vida muito difícil. Fosse a seleção eslovaca um bocadinho mais talentosa, e teríamos tido um amargo de boca.
A seleção não é nem pode ser um desfile de egos e uma feira de vaidades seja para quem for que a integre.
Fartinho daquilo que estava a ver, mudei de canal para assistir ao magnifico jogo de abertura do mundial de râguebi, entre a França e a Nova Zelândia
O futebol tem muito que aprender com o râguebi. Não vemos equipas técnicas a levantarem-se dos bancos a toda a hora, a tentarem pressionar e condicionar os árbitros. Não vemos jogadores a perderem tempo e a simularem faltas que não existem. O râguebi é um jogo em que impera o contacto físico. Se não fosse jogado por gente com princípios e nobreza de carácter, seria um massacre, duma violência inconcebível. Não vemos equipas de arbitragem duma incompetência gritante. Aliás ouve-se tudo o que o árbitro diz na comunicação com os jogadores, árbitros de linha e vídeo-árbitro (TMO - Television Match Official). Mais claro que isto é impossível. A atmosfera que define um jogo de râguebi resume-se a uma palavra: FAIRPLAY.
Gostaria muito que no futebol houvesse esta vontade de competir com um respeito extraordinário pelo jogo.
A antítese do acabei de dizer sobre aquilo que é um jogo de râguebi, foi o ultimo FC Porto-Arouca. Tudo lamentável.
Talvez seja por isto que ninguém se interessa pela compra dos direitos televisivos dum "joguinho" por semana da nossa liga.
O futebol português está transformado num "circo" de muito má qualidade. Tenho um enorme respeito pelas actividades circenses e seus agentes, por isso é que a palavra circo aparece entre comas.