A melhor defesa da história do clube ganhou uma Liga que poucos contestarão. Lá no fundo, esta foi a semana do Famalicão.
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Nem os 19 anos de jejum justificam que ninguém, mas ninguém, se tivesse preocupado com a festa do campeão anunciado.
Só o Sporting merecia um dia assim, à dimensão de um feito que não deixou escapar à primeira oportunidade para o consumar, mas isso nunca justificará que a Câmara de Lisboa, o clube, as forças de segurança, o Governo e a DGS se tenham prestado a uma imagem tão triste e pouco condizente do esforço que, sistematicamente, pedem.
Ninguém falhou na preparação simplesmente porque ninguém quis preparar nada. E era, há muito tempo, evidente que os leões seriam campeões. Aliás, a equipa de Rúben Amorim foi, à 32.ª jornada, previsivelmente igual: venceu pela margem mínima, esteve por cima do adversário e raras oportunidades permitiu ao adversário. Os 15 golos sofridos até ao momento conferem a este leão o estatuto de "melhor de sempre" do ponto de vista defensivo, imune a qualquer tipo de ataque, mesmo o das balas de borracha da polícia, provavelmente a imagem mais triste de uma festa que se queria... segura.
A justiça da conquista, essa, é praticamente unânime, porque mais caso, menos caso; mais sorte, menos sorte, com melhor ou muito melhor calendário, o leão nunca tropeçou. E foi quem começou com menos armas, o que confere ao feito um valor suplementar.
A outra equipa da semana é, evidentemente, o Famalicão, que venceu em Guimarães no fecho da jornada e solidificou com a permanência um momento de forma assinalável: nos últimos 10 jogos, apenas FC Porto, Benfica e Sporting somaram mais pontos. Para Ivo Vieira, "dispensado" em Guimarães, seria difícil imaginar um palco melhor para festejar. O treinador - fica já com o prémio de "chicotada do ano" - foi apenas uma das mais-valias que os famalicenses somaram com a época em andamento. Rúben Vinagre, Ugarte, Ivo Rodrigues, Heriberto e Kraev , principalmente, também ajudaram a mudaram o percurso das coisas. Mais cedo e até podia dar o sexto lugar, que este ano não terá mais do que 48 pontos. Há um ano, o Famalicão fez 54... Por falar em Europa, o Vitória sofre e enche
A Figura
A imagem de uma época
A defesa por instinto, de forma mais ou menos atabalhoada, mas a evitar que o Boavista empatasse, por Nuno Santos, ainda na primeira parte, foi só mais uma à imagem de Adán e deste Sporting, que concedeu sempre poucas oportunidades aos adversários e teve no guarda-redes um porto seguro. Nem Rui Patrício foi tão decisivo numa só época e muito menos Salin, Renan ou Maximiano. É verdade que nenhum foi culpado no passado, mas só agora a baliza valeu realmente pontos.
de oxigénio Santa Clara, Moreirense e... Belenenses.
No topo
O campeão, claro
Sem figura, porque "onde vai um, vão todos", dizem. Mas não há ninguém que possa estar acima do recém-consagrado Sporting. Rúben Amorim é o rosto principal do título, mas a lista é extensa, de Varandas até boa parte dos jogadores. Consumado o objetivo principal, há outro na forja: terminar invicto. É preciso ganhar ao Benfica...
No fundo
Minho a sofrer
As últimas jornadas têm sido um desastre para Braga e Vitória. Os arsenalistas já igualaram os 60 pontos da última época, mas estão a 22 dos Sporting e não vencem há quatro desafios. Impensável. já o Vitória continua a complicar as contas europeias. Ainda depende de si, mas a margem é curta e o calendário terrível.
O momento
Trio para a Europa
Na semana passada, elegemos o golo de Paulinho que abriu o caminho do título leonino. Para não repetirmos - marcou outra vez - escolhemos agora os tentos de Carlos Júnior, Casierra e Gonçalo Franco, que abrem a porta da Europa a Santa Clara, Belenenses e Moreirense, respetivamente. A luta vai aquecer nas duas últimas jornadas.