A JOGAR FORA - Opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Caímos em casa de uma das melhores equipas do mundo, uma das grandes favoritas a vencer a Champions, talvez mesmo aquela sobre quem recai a maior dose de favoritismo nesta altura da época. Para quem dificilmente passaria da fase de liga, para quem era forte candidato a desilusão da prova, não foi mau de todo: fizemos grandes jogos, fomos quem mais pontos amealhou para o ranking do país na UEFA, arrecadámos mais de 70 milhões de euros. Sinto necessidade de tirar, aqui e agora, o chapéu a Bruno Lage e aos jogadores - quem discordar que puxe o filme atrás e recorde o desastrado ponto em que nos encontrávamos em setembro do ano passado.
2 - O Benfica vai continuar a assobiar para o lado até ao dia em que uma desgraça aconteça por conta da pirotecnia ou da pancadaria provocada por uma pequeníssima minoria de adeptos? Nessa altura já será tarde, irremediavelmente tarde: o nome do clube correrá mundo pelas piores razões e será um bico de obra conseguir que volte a ser respeitado.
3 - Depois de 43 jogos rijamente disputados e com dois de Taça para cumprir calendário rumo ao Jamor, a equipa pode agora concentrar-se exclusivamente no mais importante objetivo da época: o 39! Hoje visitamos Vila do Conde na primeira de dez duras e decisivas finais - e lá defrontaremos o Petit, um daqueles treinadores que tem a rara capacidade de moldar as equipas à sua imagem. Lembram-se dele quando jogador? Então preparemo-nos para a árdua tarefa que nos espera mais logo no estádio dos Arcos.
4 - Em apenas sete épocas, a equipa feminina do Benfica leva conquistados a módica quantia de 15 troféus. Em clara demonstração de superioridade sobre o Sporting, no domingo passado vencemos a quinta Taça da Liga em seis edições da prova. Segue-se o ambicionado “penta”, para o qual estamos mais do que bem posicionados.
5 - Os famosos mergulhos de Taremi, que cá não poucas vezes resultaram em penáltis que decidiram jogos a favor do FC Porto, já dão que falar em Itália. Ironia suprema seria o iraniano encenar uma dessas “incríveis simulações”, assim a elas se referem por lá, num jogo do seu Inter contra o Milan de Sérgio Conceição.
6 - Cá continuamos à espera - obviamente que sentados - pelos esclarecimentos sobre as famosas câmaras de segurança penduradas num poste de iluminação que permitiram ao Sporting sair de Arouca com um empate em vez de uma mais do que merecida derrota. Será coisa digna de Ministério Público?
7 - Volto ao não-assunto mais não-assunto dos últimos tempos: alguém teve já a oportunidade de ver as provas que Nuno Farinha afirmou possuir do presumido almoço entre o doutor Varandas e Bruno Lage? Ou não passaram elas, as provas, de um pífio bluff à jogador de póquer de terceira categoria?
8 - Como se já não bastasse uma inconveniente paragem para jogos particulares numa altura decisiva da época, a incontinência verbal de Martínez tratou de arranjar mais uma confusão, desta vez sobre o estado de saúde de Tomás Araújo. Haja pachorra!