JOGO FINAL - Uma opinião de Jorge Maia
Corpo do artigo
À primeira vista, a mensagem publicada ontem por Sérgio Conceição nas redes sociais parece algo deslocada no tempo. Afinal, o FC Porto garantiu a passagem aos oitavos de final da Champions há mais de duas semanas, com a vitória sobre o Atlético de Madrid que garantiu o primeiro lugar no grupo B a encerrar uma recuperação impressionante.
Quando Sérgio Conceição recorda o trajeto da equipa na fase de grupos da Champions, sublinhando que no clube ninguém desiste, está a projetar o que resta de temporada.
Mencioná-la agora, quando o próximo jogo da liga milionária está a mais de dois meses de distância e numa altura em que o campeonato até parou para a disputa do Mundial, pode soar a despropósito. Mas é a forma como a mensagem de Conceição começa e acaba - "Ser Porto é nunca desistir de um objetivo, nunca virar a cara à luta, nunca se dar por vencido" (..) "obrigado ao grupo por acreditar, quando muitos atiravam a nossa toalha ao chão" - que lhe oferece contexto, transformando o desempenho na Champions numa espécie de metáfora para o que o treinador espera conseguir no que resta de temporada e, em particular, de campeonato.
Não é difícil perceber o paralelismo: o FC Porto que chegou ao final do primeiro terço da fase de grupos da Liga dos Campeões com zero pontos é o mesmo que encerrou o primeiro terço do campeonato a oito de distância do líder. Recordar o trajeto que levou a equipa ao apuramento para os oitavos da Champions, sublinhar que no clube nunca se desiste de um objetivo e agradecer a crença dos jogadores no trabalho que desenvolvem todos os dias é o tipo de mensagem que se lê no passado, mas se projeta no futuro.
Afinal, faltam 21 jogos e 63 pontos para disputar no campeonato. Atirar a toalha não é uma opção.