JOGO FINAL - Uma opinião de José Manuel Ribeiro
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Para valorizar o seu cabeça de cartaz, Fernando Madureira, a CMTV abrasou a noite de ontem com a notícia de que Sérgio Conceição ficara tão perturbado pelo comentário do ilustre chefe da claque à saída de Francisco para o Ajax que se havia demitido.
Através do risco ao lado de Jorge Amaral, na CMTV, os Superdragões também passarão a indicar quais os filhos Conceição com direito a sobremesa e em que refeições.
Naquele exato momento, Pinto da Costa, a administração, os bombeiros voluntários e o Coro de Santo Amaro de Oeiras tentavam demover o treinador de abandonar o Dragão, desmoralizado por ter perdido a confiança do nrº 2 (quase nrº 1 e meio) do clube.
Por um instante de inqualificável presunção da minha parte, receei que tivessem lido o meu artigo de ontem e aquilo fosse uma manobra manhosa para me levar a escrever outra vez sobre Madureira, dobrando com isso as possibilidades de ser espancado pelos Superdragões (como, de resto, acontece todos os dias a um portuense em cada dois).
Logo a seguir, o ataque de egocentrismo passou-me, li os desenvolvimentos da notícia, reparei que o comentário da última página continuava por escrever e tive preguiça de desenrascar outro assunto. Pensei: que se lixe, amanhã trago capacete e uma caixa de Ben-U-Ron 1000 mg, mas não é todos os dias que a CMTV acaba desmentida pelo jornal desportivo do próprio grupo (o Record) minutos depois de dar uma cacha.
Afinal, Conceição engolira em silêncio a mágoa de não cumprir as expectativas parentais de Fernando Madureira (vá lá saber-se a que custo) e decidira suportar por mais algum tempo a pesada cruz dessa desconfiança, a troco de umas pequenas concessões ao chefe dos "Super". Ficou combinado que, daqui por diante, Madureira ditar-lhe-á o onze do FC Porto em código, através das páginas de anúncios do Correio da Manhã, e pela via do risco ao lado de Jorge Amaral, na CMTV, indicará quais os filhos de Conceição que terão direito a sobremesa e em que refeições. Parece-me justo.