SENADO - Um artigo de opinião de José Eduardo Simões.
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Na hora da despedida anunciada, é da mais elementar justiça agradecer ao selecionador o que trouxe à equipa das Quinas: ambição, novos valores, espírito de entreajuda, títulos, trabalho.
Esperança em mais conquistas após 2016, a maior das quais foi sonho que se desfez perante Marrocos. No fim deste ciclo importa preservar o que de melhor deixa Fernando Santos, aumentar os títulos da seleção e corrigir o que menos bom aconteceu.
Em particular, introduzir o melhor modelo para a inegável qualidade dos nossos atletas, que permita jogar para vencer, defender bem mas longe da baliza, saber ter a posse da bola, não recear ninguém. Há que alterar a postura por vezes passiva e medrosa, que aconteceu sem que nada o justificasse. Recordo o jogo em casa com a Sérvia como exemplo do que não devemos ser. Tirando isso, a fasquia que Fernando Santos deixa é obviamente alta. Não está ao alcance de qualquer um "calçar os sapatos" do ex-selecionador.
Quem vier deve ter ambição, experiência, perfil e vitórias internacionais relevantes. Se o nome não corresponder será a "desilusão nacional". O público e os profissionais "especialistas" do comentário andam num frenesim de nomes para a fogueira: Rui Jorge, Abel Ferreira, Paulo Fonseca, Leonardo Jardim, Luís Castro, Jorge Jesus ou algum que por lá tenha passado, excelentes profissionais que não parecem enquadrar-se no perfil do desejado. Quem vier tem que ser 1ª escolha inegável que traga o capital de confiança e alimente o sonho de vencer.
No plano nacional, só Mourinho tem argumentos irrefutáveis. É um vencedor que quer voltar a conquistar o mundo. Na seleção tem à espera um Europeu, a Liga das Nações e um Mundial em 4 anos. Um desafio à medida de Mourinho. Vamos ver se Gomes convence os romanos. A nível internacional, as opções mais interessantes são Luis Enrique e Van Gaal, que têm currículos de respeito. Com qualquer um a equipa jogará para vencer e não a defender para depois tentar o contra-ataque, passando calafrios que desgraçam unhas e cabelos dos adeptos. Ganhar e jogar bem é o céu do futebol. Com a nossa matéria-prima, qualquer um pode conquistar títulos. Voltar à mó de cima mundial (Mourinho), dar continuidade ao excelente trabalho (Luis Enrique), acrescentar a cereja no topo do bolo (Van Gaal). Vamos ver o que fará Fernando Gomes.