SENADO - Um artigo de opinião de José Eduardo Simões.
Corpo do artigo
Mais do que o clube de cada um e mesmo contando com os que conseguem dividir-se entre dois (para um é amor, para o outro amizade...), a Seleção Nacional é a casa comum de todos.
Está acima das cores e das clubites e não se compara a qualquer clube, até porque não joga contra nenhum e é o ponto de encontro dos que o seleccionador considera os melhores em cada momento.
Para os escolhidos, é a máxima honra possível. Sem dúvida, e tal como em qualquer clube, podemos concordar, criticar ou discordar das escolhas e o onze, mas temos que as aceitar e, a partir das decisões, dar todo o apoio. Só assim se atingem objetivos. Nos treinos e nos estágios, nas concentrações e jogos é fundamental que todos remem para o mesmo lado. Os jogadores devem dar o máximo em qualquer circunstância, desde ver o desafio na bancada a estar no banco, incentivando os colegas na preparação e no jogo.
Hoje, os escolhidos para o início e os que entram durante o jogo são uns, amanhã outros, e o sentimento de união acima dos egos (e raro é aquele que não tem um ego enorme e pouco vê além do umbigo) é fundamental para bons resultados. Num clube de maior projeção jogam-se 50, 60 ou mais jogos por época e as flutuações de forma ou ritmo, cansaço, as coisas não estarem a correr bem, passes imperfeitos e bolas que não entram, lesões e recuperações, podem ser bem geridas pois as oportunidades são mais. Nas seleções joga-se menos, qualquer oportunidade deve ser aproveitada e os jogadores sentirem que se são chamados, merecem-no.
Estamos em início de época e há atletas mais prontos que outros, sobretudo os que têm nas pernas mais jogos a doer. Por outro lado, verifica-se que a generalidade dos elementos do ataque da Seleção não parece estar em pico de forma ou momento particularmente inspirado, ao nível da concretização.
Entre nós, o "novo" Benfica de Schmidt está uns furos acima da concorrência e navega com vento de feição de jogar bem e ganhar sempre. Concretiza com alta frequência e os jogadores mostram-se soltos, pelo que os escolhidos (tal como Enzo que se estreou pela Argentina) dão garantias de forte contributo para os difíceis jogos que nos esperam. Uma recusa sem fortíssima justificação, nestas circunstâncias, é incompreensível e um mau exemplo. Resta sentir que a equipa está unida e será capaz de dar um pontapé em qualquer crise passageira e entendeu o que se passou na Suíça. Vamos a eles!