Um artigo de opinião de Sérgio André.
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De forma sucinta e na sua expressão máxima, o futebol será a junção da técnica refinada com uma capacidade física invejável e, já agora, uma boa dose de caráter na relação com colegas, adversários e adeptos.
Não sendo um virtuoso em termos técnicos nem um gladiador como no passado, Pepe foi de uma determinação e integridade irrepreensíveis.
O central voltou a subir ao mais alto patamar em termos exibicionais. Esteve irrepreensível desportivamente, marcando até um golo de fazer inveja aos miúdos de vinte ou vinte e picos anos que andaram pelo Catar. Em fevereiro, chega aos 40, um caso de estudo pela frescura que coloca em cada jogada, e não apetece nada ver esta seleção sem a orientação do experiente defesa.
Remexendo no passado vitorioso do central, sobretudo quando estava ao serviço do Real Madrid, também se encontram momentos de descontrolo emocional (basta fazer uma busca na internet e sem grande esforço) mas essa fase parece estar mais do que ultrapassada. Já tinha sido o melhor no Euro"2016 e voltou a ser o melhor neste Mundial. Nada lhe pode ser apontado. Chegou à Seleção sem ritmo competitivo devido a lesão; jogou em sacrifício, com uma fratura num braço; manteve-se firme ao lado dos adeptos quando estes pediram um ou até mesmo quinze minutos de atenção, autografando camisolas e cachecóis de uma bancada inteira, fintando o cansaço de um jogo. Se alguém merecia um bocadinho mais nesta competição era ele.