Um ano depois de Roger Schmidt, é a vez do sucessor do alemão sair. Tudo o que Lage disse na sala de Imprensa soou a despedida e a um enorme problema para Rui Costa. Pelo segundo verão consecutivo.
Corpo do artigo
Bruno Lage já não é o treinador do Benfica e quase tudo o que disse na conferência de Imprensa de ontem parecia ter um certo tom de despedida. Sem dizer adeus, lá fez uso da frase que tantos treinadores têm à mão em momentos de maior aperto: "Nunca serei um problema". Ora, por mais que um treinador nunca seja a raiz de todos os males de uma equipa - portanto, a ideia aplica-se a este Benfica -, Lage tornou-se na maior árvore de uma floresta de problemas em que o Benfica volta a ver-se envolvido numa frase prematura da temporada. Foi assim com Roger Schmidt, na época passada, e volta a ser com o sucessor do alemão um ano depois.
É neste cenário, pouco animador, que Rui Costa voltou a ter decidir. Um papel que desempenha de novo porque, pelo segundo verão consecutivo, quis acreditar que a melhor opção era não mexer. Ou mexer muito pouco. Não podendo ser censurado por querer que as decisões no Benfica não sejam tomadas "na rua", o presidente encarnado viu o problema repetir-se. A diferença é que, desta feita, não se tratava apenas de dispensar um treinador e encontrar outro; a enorme diferença é que, com as eleições a poucas semanas, é também o seu futuro que está em jogo.
Por isso, ninguém estranhou que o nome de José Mourinho tivesse saído para a rua mais depressa do que a equipa deixou o estádio da Luz depois de uma derrota escandalosa na Liga dos Campeões. Ainda assim, a pergunta faz sentido: que treinador aceitará um projeto num Benfica que, no final de outubro, pode mudar tanto? José Mourinho será assim tão consensual?