FORA DA CAIXA - Um artigo de opinião de Joel Neto.
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Já aqui escrevi que agora seria preciso um colapso, mesmo uma tragédia, para o Sporting perder a liga.
Depois de novos empates de FC Porto e Benfica, digo até mais: independentemente do resultado de ontem, se os leões não forem campeões, podem bem ficar outros vinte anos sem vencer, porque o trauma vai ser de tal ordem que mais valia não terem chegado a brilhar.
Uma coisa, porém, já sabemos: a equipa de Amorim não será campeã com 82 pontos, o FC Porto não ficará em segundo com 73, o Braga em terceiro com 67 e o Benfica em quarto com 66. Se coincidir uma pontuação, não coincidirá a outra. E ainda bem. Porque o futebol é o reino da imponderabilidade e do acaso, do milagre e da hecatombe. Eis a sua natureza, em Portugal como nos restantes países cujos campeonatos o CIES Football Observatory estudou.
A matemática é a suprema ciência: está na natureza e na abstracção humana. Dela dependem a música, a arquitectura, a pintura, até a literatura. E a ela vai beber o futebol também: as tácticas, a técnicas, as atlecticidades, os esforços - em todos eles está a matemática. Mas o primado dele é o do erro, do lapso, do percalço. É por isso que gostamos do jogo: porque nos surpreende quase sempre - e porque, quando o prevemos, somos surpreendidos com isso também.
Santo nome de Jesus
Esta trapalhada de Jesus com a entrada de Cervi deixa qualquer um preocupado. Não sendo pior, o treinador do Benfica parece pronto para se proclamar "The Happy One" também. Já vimos no que dá.
