A entrevista do presidente do Sporting sobre o atual momento do clube teve o condão de libertar Amorim do peso de ser ele a explicar o tema. Rui Costa podia fazer o mesmo por Bruno Lage
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Fez bem, Frederico Varandas, ao assumir a iniciativa de falar sobre atual momento do Sporting e, em concreto, sobre a anunciada saída de Hugo Viana para o Manchester City e os inevitáveis rumores em torno da possibilidade de Rúben Amorim seguir o mesmo caminho. Claro que se poderá dizer que as explicações do presidente leonino acabam por não explicar muito. Nem qual será o grau de influência de Hugo Viana na preparação da próxima temporada, nem de que forma se fará a transição entre o atual diretor desportivo e o futuro diretor-geral ou como se gere a presença na estrutura de um elemento que está vinculado a um clube rival, desde logo na Liga dos Campeões.
Frederico Varandas também não conseguiu, nem podia, garantir a continuidade de Rúben Amorim em Alvalade na próxima temporada. Ainda assim, não deixou de capitalizar o interesse do City no diretor desportivo e no treinador a favor do Sporting e do prestígio de que o clube goza a nível internacional. De resto, se não tivesse outros méritos, a entrevista de Frederico Varandas teria sempre o condão de libertar Rúben Amorim do peso de ser ele a dar todas as explicações sobre o tema. Na próxima conferência de imprensa, o treinador do Sporting pode dizer “o presidente já falou sobre esse assunto e não tenho nada a acrescentar” concentrando-se, e concentrando a equipa, naqueles que são os objetivos desportivos.