O prolongamento da separação entre Rúben Amorim e o Sporting forçada pela intransigência de Frederico Varandas dificilmente tornará o processo menos doloroso para todos os envolvidos.
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Segundo dados recentes, em Portugal há cerca de 620 mil trabalhadores a prazo. 620 mil e um desde que Rúben Amorim engrossou a lista, perante a intransigência do Sporting em mantê-lo no clube pelo menos até à próxima paragem nas competições para os compromissos das seleções.
Há vantagens e desvantagens nesta posição de força de Frederico Varandas enquanto entidade patronal. A própria perceção de que não facilita a saída do técnico joga a favor do presidente, algumas vezes criticado por falta de firmeza, desde logo por ter permitido a inclusão de uma cláusula de rescisão de apenas 10 milhões de euros no contrato do técnico válida para clubes de topo. Como se vê, uma pechincha para um gigante como o Manchester United. Depois, há o tempo que o presidente ganha para avaliar os prós e os contras de optar por uma solução de transição e continuidade ou apostar desde já num treinador mais “definitivo” com os riscos de rotura que implica. Finalmente, liberta o eventual sucessor do peso de assumir os comandos da equipa numa altura em que o calendário reserva desafios com o Manchester City, em Alvalade, e com o Braga, na Pedreira, que aumentariam consideravelmente o perigo de uma entrada com o pé esquerdo.