Resistindo até abril sem perder pontos, o FC Porto apertará o cerco à liderança na Luz
VELUDO AZUL - Opinião de Miguel Guedes
Corpo do artigo
Dois jogos do campeonato numa semana. Um "pack" de luxo para os que ressacaram de futebol nacional de primeira água durante o Mundial, entregues à novela de Ronaldo-e-mais-25 no Catar, a desfilar em paralelo com a inicial fase de grupos da Taça da Liga.
Depois da vitória na Madeira, o FC Porto regressa ao continente com uma boa segunda parte no bolso e os três pontos que lhe permitem manter a distância em 5, não fosse o jogo de antecipação na capital do móvel que permitiu ao Benfica ganhar sobrepeso emocional na classificação enquanto não se acertar o calendário.
Sendo que cada jogo é um jogo e pode rebentar em surpresas, é provável que o Benfica só comece a perder pontos com o FC Porto no segundo fim de semana de abril. Apesar de jogar em Braga depois dos minhotos levarem chapa-5 em Alvalade (e da história recente desta casualidade ter coincidido na primeira derrota da época das águias em Braga, por 3-0), o próximo jogo é "apenas" para a Taça, antecipando a deslocação a Brugge para a Champions.
O ciclo de jogos das águias até ao embate na Luz dita idas a Vizela, Madeira e Vila do Conde, enquanto que os "dragões" viajam a Alvalade, Chaves e Braga.
Resistindo até abril sem perder pontos, o FC Porto apertará o cerco à liderança na Luz. Essa caminhada recomeça hoje, frente ao Vizela no Dragão, onde o FC Porto não pode perder pontos. Mas para isso e melhor terá que jogar mais do que na primeira parte permissiva com o Marítimo. É evidente que a tentativa não sucedida de Fábio Veríssimo encurtar a ilha para dificultar a aterragem do dragão foi enervante, não marcando um penálti que nos era favorável, expulsando mal um jogador para cada lado, não expulsando dois jogadores maritimistas e dando ordem de retirada a Sérgio Conceição e Vítor Bruno por afirmações bem mais amigas do que as que ouviu de Coentrão quando jogava no Sporting. A sensibilidade de alguns apura-se com os anos.
Com um bom vinho do Porto, o brinde da passagem às "meias" da Taça só acontecerá quarta-feira, se ultrapassarmos o Académico de Viseu. Até lá, toda a concentração é pouca frente a um Vizela que vendeu cara a derrota em Alvalade há pouco mais de 15 dias. Conceição afirma que estar no banco é só "andar de um lado para o outro e beber umas águas". Com a atitude prepotente de alguns árbitros, só se for água das pedras.