Entre perder talentos como Ilori ou Bruma a troco de migalhas ou deixá-los definhar na B, qual é a dúvida?
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Novo defeso, velha novela. Se o Sporting está outra vez metido em trabalhos, desta feita por causa das renovações dos contratos de Bruma e Ilori, as quais não andam nem desandam por falta de sintonia com o agente que representa os jogadores, tal só acontece por culpa do próprio clube: não se soube dar ao respeito num passado recente. É recuar até ao verão quente de 2010, quando João Moutinho fez birra para trocar o emblema que o revelou por uma equipa que o pusesse sempre cara a cara com a hipótese de sucesso. Ao amuo, o Sporting respondeu como se sabe, "despachando" o capitão para o rival FC Porto. Há um ano tivemos outro caso, com Adrien no papel principal: à entrada para a última época de contrato, forçou ida para outras paragens. O clube era incapaz de domesticar as suas crias. O médio-centro acabou por renovar, bem pago, mas se hoje se fala do muito que ganha, isso já é consequência do terrível aproveitamento técnico-tático que só Jesualdo Ferreira teve sabedoria para corrigir - e então viu-se um novo (ou o verdadeiro) Adrien. A meio da última temporada, outro dissabor, com Pedro Mendes, mais um miúdo da casa, a fazer uma espécie de manguito: durante um mês alimentou a expectativa de renovação, mas... já estava comprometido com o Parma. Logo foi atirado para a equipa B, para onde até poderão cair Ilori e/ou Bruma, se com a idade que têm não forem capazes de respeitar quem lhes deu de comer e abrigo. Entre perder talentos a troco de migalhas ou castigá-los, qual é a dúvida? Há exemplos que não se podem reprimir.