PLANETA DO FUTEBOL - Uma artigo de opinião de Luís Freitas Lobo
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1 Definiu-o como o “jogo competente”. No guião do modelo tão previsível como incontrolável (de que outras equipas se lembram que apliquem estes dois adjetivos aparentemente tão contraditórios para a definir?), o Sporting construiu um jogo calmo pelo que fez logo no início. A rota do jogo voltou a ser a mesma, metendo o ritmo da pressão alta usando o físico em antecipação de Hjulmand e o poder (após escapar à marcação em cima) de Gyokeres.
Ganhando a maioria dos duelos em campo, ganhou o jogo antes deste verdadeiramente começar. Isto é, antes de a máquina de contenção e saída rápida de Moreira assentar taticamente em campo. Quando o começou a fazer, já perdia 0-2. Era demais contra o tal jogo leonino que manteve-se competente o resto do tempo. Essa obediência ao modelo deixa sempre margem à liberdade para criar na frente (o território vagabundo de Pote e Trincão).
2 Vejo-o como o melhor “reforço” do Benfica para a parte final da temporada. O regresso de David Neres contagia pela insolência com que pega na bola e, com ela, mete no jogo coisas diferentes de todos, demonstrando facilidade técnica um-para-um, para no momento certo definir. Uma criatividade distinta da acelerada de Rafa ou da burguesa (deixando a reação à perda para outros) de Di María.