SENADO - Opinião de José Eduardo Simões
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Quando um país organiza muito bem uma competição profissional com impacte mundial estabelecendo regras claras e justas, com decisões imediatas exemplares, respeito entre os intervenientes, fair play financeiro a sério e assim consegue criar um saudável equilíbrio entre todas as equipas e diversidade de campeões, é porque está a trabalhar bem.
Para o espectáculo e os espectadores, para as receitas, as marcas, vendas, patrocínios e para o futuro da modalidade assente em formação de excelência. Com excepção do "soccer" (nome que os Estados Unidos dão futebol), as outras 4 grandes competições profissionais americanas (basquete, hóquei no gelo, "futebol" americano e baseball) são reguladas para atingir os objectivos centrais - equilíbrio, respeito, emoção, orçamentos similares, taxação de excessos de gastos, promoção do espectáculo, da competitividade e das receitas.
No basquete, a noção de "passe" no contrato de trabalho do jogador é inexistente. Na NBA existe um tecto orçamental de gastos igual para todos os clubes que assim podem competir em condições semelhantes e aspirar a ser campeões. Claro que as melhores organizações, treinadores e olheiros conseguem seleccionar melhor e aumentar as probabilidades sobre os menos capazes de escolher bem.
Em relação ao tecto orçamental, quem o ultrapassa tem que pagar uma "luxury tax", de montante igual ao que gasta a mais. Por exemplo os Warriors, campeões em título, desembolsaram quase 200 milhões de dólares só na época passada de "luxury tax". O crime compensou mas outras equipas e a modalidade são compensadas.
Quanto a jogadores, um dos melhores, Kevin Durant, pediu para sair dos Brooklyn Nets; como o salário para as 3 épocas e meia que ainda tem de contrato ascende a cerca de 175 milhões, os Phoenix Suns tiveram de dar em troca (vários) jogadores até atingir montante igual. Nenhum impacte nos orçamentos, jogadores e clubes satisfeitos com as trocas. No final vê-se quem beneficiou.
Nos últimos 10 anos houve 7 clubes que conquistaram o título máximo. Competição, emoção, equilíbrio, boas práticas, receitas chorudas. E com os árbitros ninguém discute, nem se admitem comportamentos agressivos, mal educados e que apenas fomentam péssimos exemplos como se vê no futebol. Futebol que só terá a ganhar se adoptar e adaptar algumas destas tão simples regras. E não são difíceis de implementar.