SENADO - Uma opinião de José Eduardo Simões
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Para o comum dos mortais deve ser incompreensível, estranho, suspeitoso mesmo, que alguém se esqueça que autorizou o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros, seja a uma amiga ou elemento do séquito de apoiantes. Quantas outras do género não estarão igualmente "esquecidas"...
Já que a malta da política é questionada, a Federação e a Liga devem dar o exemplo e adequar o questionário a dirigentes, treinadores, empresários, jogadores...
Durante semanas secretárias, chefes de gabinetes, assessores, adjuntos, o chefe da banda, o papagaio, o cão e o gato também sofreram de falta de lembrança aguda. Para gente que nunca trabalhou a sério para ganhar a vida e que é especialista em usar e abusar do dinheiro dos contribuintes, esbanjar mais um, dez ou cem milhões é igual ao litro.
Neste clima de "viva la vida loca" manda-se um sms ou whatsapp a autorizar e segue-se em frente. A vida é curta! Por isso manifesto total simpatia perante a dificuldade desta rapaziada para preencher o feroz questionário ao estilo Big Brother. Como podem responder o que seja se nem capazes são de ir buscar à memória o que almoçaram ou jantaram no dia anterior e com quem? O questionário aliás peca por não incluir no leque das respostas uns quadradinhos para assinalar à frente de "não sei", "talvez sim, talvez não", "mediante consulta especializada", "don´t speak portuguese" ou uma qualquer estrofe tirada do Hino, Lusíadas ou de António Aleixo. No final algo como "se não tem objecções a torrar impostos dos outros assine de cruz".
Já que a malta da pesada é questionada, a Federação e a Liga devem dar o exemplo e adequar o dito a dirigentes, treinadores, empresários, jogadores, directores desportivos, adeptos e relacionados até ao 5º grau de parentesco, auscultando o significado do beijo no símbolo, distinguir passivo de activo em 3 palavras, se é preferível ser empresário de jogadores, clubes ou de tudo junto porque rende mais ou a importância da cerveja no apoio às equipas. O verdadeiro significado de pinheiro no futebol moderno não deve ser esquecido, nem a preferência de observar jogadores ao vivo ou em vídeos (ou algo mais moderno) no conforto da secretária.
Os aspirantes a comentadores (e os actuais conforme interpretação de Marcelo), tipo teste americano, teriam que identificar jogadores ao calhas de qualquer divisão e a respectiva equipa; os "residentes" seriam obrigados a saber de cor os valores que o TranferMarket atribui aos 10 melhores jogadores da liga saudita ou coreana.
Por cá o Braga mantém-se em grande forma, Rúben Amorim está a pensar na asneira que fez em não sair a tempo para uma cadeira de sonho, o Benfica de Roger tremeu, mas parece continuar saudável e o Porto de Conceição vacilou, vacilou, mas também se reencontrou. E se Pepe vai jogar pelo menos até aos 42 anos, pelo menos, então ainda temos tempo de sobra para desfrutar de um Ronaldo de novo feliz e reencontrado com os golos.