Superado o Boavista, o FC Porto regressa a uma dúvida que, em tempos, foi fatal para Lopetegui
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Mais arriscada do que uma jornada antes da Liga dos Campeões só uma jornada antes dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. O FC Porto encarou bem o problema com o Boavista, ou pelo menos infinitamente melhor do que tinha encarado, na terça-feira, o meio problema da meia-final da Taça, com o Braga. Pode ter ajudado que peças como Herrera, Pepe ou Manafá estejam fora do jogo de Liverpool. Para ganhar é preciso meter o pé, expressão tradicional do futebol que significa, literalmente, o que está escrito. À segunda ou terceira pancada, será normal que o pensamento fuja para o hino da Champions, e as pernas fujam com ele.
Agora, o mais difícil são as decisões. Quando o FC Porto de Lopetegui jogou os quartos-de-final em Munique, faltava-lhe os dois laterais (como agora) e ele escolheu adaptar Reyes, um central, à direita. Não perdeu 6-1 por causa disso, mas são decisões que importam, sobretudo nesta situação. Por muito que queira ser "protagonista" à espanhola, Sérgio Conceição não pode tirar da cabeça dele, nem das cabeças dos jogadores, o 5-0 com o Liverpool, há pouco mais de um ano. É uma equipa especial, de velocidade louca e gatilho fácil. Só se sabe, ao certo, o que significa jogar com ela quando já se está no campo, como quem experimenta entrar num furacão. A sala de vídeo não resolve.
Mesmo que Pepe não estivesse castigado, Militão seria sempre uma tentação a central, onde a sua cilindrada permitiria controlar bastantes mais metros quadrados do que num cantinho do campo. Mas Maxi Pereira não está naqueles dias de levar com extremos rápidos e diabólicos, e a experiência (ontem) de Corona a lateral-direito quer dizer, pelo menos, que Sérgio está a tentar perceber quem é o Reyes desta história. Para o deixar no banco.
Artigo atualizado às 00h05 do dia 06-04-2019