Os dois favoritos a vencer as eleições do Benfica – salvo uma surpresa de que, a esta distância, ninguém está livre – jogam conforme o baralho que têm na mão. E quanto isso, nada a apontar
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A Rui Costa não interessou nunca um cenário de eleições antecipadas, ainda que à primeira vista essa decisão fosse de total interesse do Benfica. Não apenas da equipa de futebol, mas de todas as equipas e modalidades. Percebe-se, por isso, que em termos estratégicos o atual presidente tivesse muito a ganhar em afastar as eleições para o mais longe possível da época passada, a troco de uma ideia de um amanhã melhor, com um plantel reforçado, por exemplo. Os primeiros resultados – conquista da Supertaça e qualificação para a fase de liga da Champions League - deram razão à tática do “Maestro", ainda que a mesma tivesse sido incapaz de afastar por completo a ideia de que ao mínimo tropeção, cairia o Carmo e a Trindade. Foi o que aconteceu com o empate frente ao Santa Clara.
Posto isto, a viagem de Noronha Lopes ao dérbi de Manchester não é o golpe de marketing que pode parecer. Nem sequer a fotografia do candidato, acompanhado de Nuno Gomes e Pedro Ferreira na bancada do Etihad, ficou tão bem como à primeira vista poderia julgar-se. Entende-se, todavia, a ideia de Noronha, que desta vez vai a jogo com todos os trunfos em cima da mesa, prometendo o regresso de Bernardo Silva e deixando pairar a ideia de que um eventual despedimento de Rúben Amorim do Manchester United pode ser o primeiro passo para a saída de Bruno Lage do Benfica. O segundo passo, mais importante, é Noronha vencer as eleições, depois de no passado ter ficado muito perto de o conseguir mantendo os trunfos na manga e sem fazer grandes anúncios. Mas, porque não haveria de mudar agora, se tem uma segunda oportunidade para cumprir a promessa de desligar o Benfica de um passado recente? Afinal, quem não faria como Noronha? E quem não teria feito como Rui Costa?