O Conselho de Arbitragem podia ajudar ao esclarecimento, não só dos adeptos, mas, pelos vistos, dos próprios árbitros.
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Como é óbvio, são repugnantes quaisquer ameaças e invasões do espaço pessoal e, sobretudo, familiar dos árbitros de futebol, devendo quaisquer situações do género ser tratadas como o que são: casos de polícia que têm de ser levados até às últimas consequências.
Nesse sentido, percebe-se a urgência e a veemência com que o Conselho de Arbitragem tratou de, primeiro, denunciar, e depois, condenar as alegadas ameaças a Luís Godinho na sequência da arbitragem do último Braga-FC Porto.
Já não se percebe tão bem a falta de pressa ou até disponibilidade para esclarecer as dúvidas, não só dos adeptos ou dos jornalistas, mas até, sublinhe-se, da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol relativamente às diretrizes dadas aos árbitros para a análise de lances como aquele que envolveu Luis Díaz e David Carmo ou, apenas uma semana antes, Kritciuk e Nanu.
Se a APAF, de cujos órgãos sociais fazem parte juízes no ativo, como por exemplo Artur Soares Dias ou Hugo Miguel - por sinal o VAR do jogo de quarta-feira que participou na decisão de expulsar Luis Díaz - não sabe exatamente com que linhas se cosem os respetivos associados ao ponto de não ser capaz de dizer se foi ou não cometido um erro, o que dizer dos adeptos que numa semana veem uma decisão ser tomada num sentido e, na seguinte, outra no sentido inverso? A desinformação gera desconfiança e a desconfiança não ajuda ninguém. A começar pelos árbitros.