Sempre foram uma obsessão descontrolada dos três clubes grandes, mas há razões para pensar que a sede pelo lateral perfeito ia só a meio.
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Quando o tema é a compra de defesas laterais, nenhum dos três grandes fica a rir-se. Todos guardam histórias embaraçosas, treinadores incluídos.
A taxa de acerto deve ser a mais baixa dos três setores
A taxa de acerto deve ser a mais baixa dos três setores, e nem sempre colhe a velha explicação da diferença de dioptrias entre o que se vê nos campeonatos sul-americanos e o que esses jogadores parecem depois, quando observados ao perto.
Os europeus também falham, mesmo os portugueses contratados a 200 metros de casa, para depois se resolver o problema de improviso, como o FC Porto com Manafá, o Sporting com o milagroso Nuno Mendes ou o Benfica com um remendo sempre provisório e sempre definitivo chamado André Almeida. A evolução não ajudou. Cada vez se espera mais do lateral.
Os treinadores não estão longe de lhe pedir que esteja em dois sítios ao mesmo tempo, que ataque como um extremo, que jogue no interior como um médio e que defenda por dentro como um central, tudo isto sem tirar os olhos do colega que joga à sua frente no corredor. Tarde ou cedo, ele vai esquecer-se de defender e adivinhem para quem sobra? E palpita-me que a gula das cinco substituições, a manterem-se, pôs a mexer as rodas dentadas no cérebro dos treinadores, com fantasias húmidas de quatro laterais, dois para estourar na primeira parte e outros dois para rebentar na segunda.
Não me espanta nem que os laterais estejam a aparecer como prioritários em equipas como Sporting e FC Porto, nem os valores em causa.
Por isso, não me espanta nem que os laterais estejam a aparecer como prioritários em equipas como Sporting e FC Porto, nem os valores em causa. Dez milhões de euros por metade do passe de Rúben Vinagre, ou o açambarcamento de dois laterais direitos de primeira linha (Porro e Esgaio) podem ser apenas o futebol do presente, para além do "detalhe" de que, na última década, qualquer dos três grandes gastou bem mais de dez milhões em laterais nunca, ou quase nunca, chegaram a jogar.