VISTO DO SOFÁ - Uma opinião de Álvaro Magalhães
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Houve um tempo em que os dragões da claque portista não eram «super», eram «Dragões Azuis» e juntavam-se num topo da superior do Estádio das Antas, animando as gloriosas tardes de domingo.
Aquela que foi a primeira claque portista, Dragões Azuis, nasceu no final dos anos 70 do século passado, como quase todas as outras, e era uma organização autónoma, sem ligação ao clube. Patrocinava-a uma então famosa sapataria da Rua de Cedofeita, Teresinha, que fazia certas exigências de propaganda. Em 1986, uma facção de descontentes com essa dependência fundou a claque «Super Dragões», que cresceria rapidamente (passou de 50 para 3.500 elementos nos jogos em casa), mas ainda num espírito de espontaneidade e militância apaixonada. Um dos seus elementos descreveu assim a experiência: «Cada um de nós deu duzentos escudos e fomos comprar um pano para uma grande tarja. Também fizemos uns calendários e íamos para a porta do estádio com uma caixinha de moedas e as pessoas ofereciam o que queriam». Sim, custa a imaginar, mas os Super Dragões já foram assim.