A solução do FC Porto para o problema Brahimi: ele está a exceder as previsões, mas há vários colegas que ainda não começaram a render o que podem
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Willy Sagnol, campeão mundial e europeu pela França e agora treinador do Bordéus, não contrata jogadores africanos. São "lutadores e potentes", mas escapa-lhes "a técnica, a inteligência e a disciplina". Brahimi, do FC Porto, é lutador, potente, tem técnica, inteligência, disciplina, é africano e o racismo não seria o maior defeito de Sagnol se, podendo fazê-lo, recusasse contratá-lo. Está bem que Brahimi é um africano postiço, porque nasceu em Paris, e que, no meio da saraivada de generalizações idiotas, o Terre"blanche de Bordéus até usou um argumento genuíno: em janeiro, a Taça de África das Nações (CAN) leva os jogadores todos para uma excursão de um mês e meio. Só um clube tolo encheria a equipa de internacionais africanos sabendo que pode ficar sem eles tanto tempo. Ao FC Porto aconteceu não ter enchido a equipa de africanos, mas um africano ter enchido a equipa, o que, em princípio, daria no mesmo. Só que não pode. Sendo irrefutável a transcendência de Brahimi, em poucos meses elevado a estrela da Liga dos Campeões, também é verdade que Tello, Adrián López e o próprio Quaresma, sem falar em Quintero, podem dar muito mais e, nalguns casos, será um fracasso se não começarem a fazê-lo. Se a CAN fosse uma preocupação por causa de um jogador, mesmo tão notável como Brahimi, o FC Porto, que quis construir o plantel perfeito, teria falhado no óbvio.