Proponho recorrer ao Bruxo do Penedo
Proponho que, no próximo jogo contra os leões, Carvalhal o prepare juntamente com o Bruxo do Penedo: é perto do Estádio e só vamos precisar de um garrafão de água de cinco litros...<br/>
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1 - Sábado, 2 de janeiro de 2021, 17h30. Faltam 30 minutos para o início do Sporting-Braga, o primeiro jogo da Primeira Liga neste novo ano que todos esperamos que seja o do retorno da nossa vida normal de adepto. Apetece-me registar alguns pensamentos soltos sobre o jogo que se avizinha, sempre fiel à máxima de que "prognósticos, só no fim do jogo".
Mas como não sou treinador, farei a abordagem esotérica e colocarei a ênfase na sorte e no azar. Rúben Amorim é, decididamente, o treinador com mais sorte no nosso campeonato
A primeira coisa que me apetece dizer é que Rúben Amorim é um treinador com sorte. Muito competente, é certo. Doutra forma não se entenderia o trabalho que está a fazer no Sporting, clube que, noutros anos e por esta altura, raramente esteve tão empoleirado no topo da classificação. Mas que tem sorte, lá isso tem. Não falo só na sorte do jogo (como foi o caso do anterior jogo, uma vitória sobre o Belenenses, com tudo a correr bem aos leões), porque essa, por vezes, mistura-se com a competência. Refiro-me à sorte de encontrar o SC Braga numa altura em que este está enfraquecido pela ausência de muitos jogadores, daqueles que são mesmo importantes na estratégia da equipa.
Sabemos que os treinadores tendem a desvalorizar estas circunstâncias, mas ninguém negará que enfrentar o Sporting, atual líder, sem poder contar com os usuais centrais, tendo que improvisar com uma dupla menos rodada, ou com o pulmão Castro, não é a mesma coisa. No mundo do esoterismo (que misturam na mesma sopa a física quântica, a sabedoria védica, e teosofia e as línguas antigas, receita que se tem mostrado infalível para venda de livros de autoajuda, através de propostas tautológicas) fala-se na lei da resistência, como uma das 21 leis que regulam as coisas vivas. Esta lei diz que não devemos resistir aos problemas com que nos deparamos na vida, pois assim eles permanecerão. Os problemas existem para serem solucionados, e não para opor-se a eles. Carvalhal tem mostrado ser conhecedor desta lei, e a contundente vitória no Bessa é disso exemplo. Da adversidade, Carvalhal acabou por criar valor e o Braga nem parecia afetado por qualquer contratempo, impondo-se ao Boavista de forma categórica. Mas a física também nos diz que a resistência dos materiais não é infinita...
2 - Sábado, 2 de janeiro de 2021, 20h30. Precisei de 30 minutos para assimilar as incidências do jogo e me restabelecer. Podemos fazer a análise racional do jogo e dizer que o Braga fez uma extraordinária demonstração de qualidade futebolística, foi quase sempre superior ao adversário e que a diferença esteve na (in)eficácia no momento de concretizar as inúmeras oportunidades que criou. E que, após um jogo destes, o resultado em nada belisca a carreira da equipa até à data.
Mas como não sou treinador, farei a abordagem esotérica e colocarei a ênfase na sorte e no azar. Rúben Amorim é, decididamente, o treinador com mais sorte no nosso campeonato e, por isso, proponho que, no próximo jogo contra os leões, Carvalhal o prepare juntamente com o Bruxo do Penedo: é perto do Estádio e só vamos precisar de um garrafão de água de cinco litros...