FORA DA CAIXA - Um artigo de opinião de Joel Neto.
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O Portugal-Israel é uma oportunidade para ajudar Ronaldo a aproximar-se dos 109 golos de Ali Daei? Claramente: não.
A poucos dias do Europeu, urge à Seleção estipular novas rotinas. A única situação em que faria sentido procurar o capitão, agora, era se este estivesse a um golo ou dois da dita glória. A seis, não faz sentido. Porque Portugal jogar para o CR7 é o que os adversários esperam; e jogar de outro modo será o primeiro passo para surpreendê-los.
Mesmo no encontro com Espanha pairou esse odor: houve pouco espaço, a solicitação do CR7 era sempre difícil, mas o plano A mantinha-se esse. Dá ideia de que, hoje, Ronaldo espera todos os passes, bate todos os penáltis, cobra todos os livres e até marcaria todos os cantos se pudesse correr a cabecear. E, de repente, aquilo que é um património - as qualidades de um dos melhores futebolistas de sempre - torna-se a grande vulnerabilidade da equipa. Pois é isto que amanhã se deve pedir a Fernando Santos: que defina, planeie e rotine novos modelos. Talvez Cristiano até marque mais. Mas, seja como for, só assim Portugal poderá aspirar à revalidação.
Um longo bocejo
Faltam duas semanas para o arranque dos Jogos Olímpicos e, apesar dos resultados na fase de mitigação da pandemia, o Japão continua atrasado nas vacinas. Não importa: o certame avança, com os participantes fechados em bolhas. Para nós, serão os Jogos mais aborrecidos de sempre. Mas, para os atletas, há tantos anos a sonhar com as delícias da Aldeia Olímpica, nem quero imaginar.
